Argel emite dois mandados de captura contra escritor Kamel Daoud

A França foi informada de que a justiça argelina emitiu "dois mandados de captura internacionais" contra o escritor franco-argelino Kamel Daoud, anunciou hoje o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês.

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© Eric Fougere/Corbis via Getty Images

Lusa
07/05/2025 15:39 ‧ ontem por Lusa

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"Estamos a seguir e continuaremos a seguir de perto a evolução desta situação", sublinhou Christophe Lemoine, sublinhando que Daoud é "um autor reconhecido e respeitado" e que a França está empenhada na liberdade de expressão.

 

Em novembro passado, um tribunal argelino aceitou uma primeira queixa contra o escritor e a sua mulher, psiquiatra, por terem revelado e utilizado a história de um paciente na escrita do seu romance "Houris", que ganhou o Prix Goncourt 2024, o mais prestigiado prémio da literatura francesa.

Na ocasião foram interpostos dois recursos contra Daoud e a sua mulher, que trataram Saada Arbane, uma sobrevivente de um massacre durante a década negra da guerra civil na Argélia (1992-2002), em que morreram mais de 200.000 pessoas.

Saada Arbane apresentou uma queixa acusando-os de utilizarem a sua história sem o seu consentimento, enquanto a Organização Nacional das Vítimas do Terrorismo apresentou outra queixa.

A emissão de um mandado de captura faz parte do procedimento habitual previsto no código de processo penal argelino.

"Se o arguido for um fugitivo ou residir fora do território da República", o juiz de instrução pode emitir um mandado de captura internacional, de acordo com a lei que rege estes casos.

Daoud foi também levado a tribunal em França por violação da vida privada por parte de Saada Arbane.

Uma primeira audiência processual está marcada para hoje à tarde no Tribunal Judicial de Paris.

Em meados de dezembro, Daoud declarou à rádio pública France Inter que a história era "pública" na Argélia e que o seu romance "não conta a história da vida" de Saada Arbane.

A sua editora, Gallimard, denunciou as "violentas campanhas difamatórias orquestradas [contra o escritor] por certos meios de comunicação social próximos de um regime cuja natureza é bem conhecida".

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