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Oposição espanhola pede demissões no Governo de Sánchez

O líder do Partido Popular de Espanha (PP, conservador) e da oposição no país, Alberto Nuñez Feijóo, pediu hoje demissões no Governo liderado pelo socialista Pedro Sánchez por causa do apagão de 28 de abril na Península Ibérica.

Oposição espanhola pede demissões no Governo de Sánchez

© Getty Images

Lusa
07/05/2025 12:41 ‧ há 3 meses por Lusa

Mundo

Apagão

"A quarta economia do euro não vai tolerar que o ocorrido em 28 de abril se salde sem demissões", disse Feijóo, numa intervenção no parlamento nacional de Espanha, depois de um discurso de uma hora e meia do primeiro-ministro, Pedro Sánchez, em que o líder do Governo não revelou novidades em relação ao apagão.

 

Segundo Sánchez, levará tempo a analisar 756 milhões de dados pedidos aos operadores da rede elétrica de Espanha e chegar a uma conclusão sobre as causas que levaram a um apagão que deixou sem eletricidade Portugal e Espanha continentais.

Na resposta a Sánchez, Feijóo pediu demissões no Governo e na empresa que gere a rede elétrica de Espanha (REE - Red Eléctrica), parcialmente privatizada, mas em que o Estado mantém uma participação de 20%.

Para o líder da oposição, no dia do apagão, falhou o sistema elétrico, mas também a gestão da crise, a comunicação e a transparência por parte do Governo espanhol, com Sánchez a demorar quase seis horas a falar ao país desde o momento do corte de energia.

Feijóo lembrou também que morreram cinco pessoas em Espanha por causas ligadas ao apagão.

O líder do PP considerou, por outro lado, que o modelo energético dos governos de Sánchez, no poder desde 2018, falhou, e que foi uma vergonha ter de pedir um "resgate energético" a França e Marrocos para começar a repor o abastecimento depois do apagão.

Fazendo eco de notícias na imprensa espanhola da última semana, Feijóo acusou o Governo de ter ignorado vários alertas para o risco de instabilidade no sistema elétrico devido ao aumento do peso das energias produzidas com fontes renováveis.

Feijóo disse que "renováveis, sim, mas tecnologias de apoio também".

"Não é uma questão de renováveis ou nucleares. É de renováveis e nucleares", afirmou, para defender um "'mix' energético equilibrado".

Feijóo disse a Sánchez que o modelo energético do Governo espanhol "não é ecológico, é ideológico", devolvendo ao primeiro-ministro uma acusação que o líder do executivo lhe tinha feito minutos antes.

O PP defendeu uma investigação internacional "independente e confiável" ao apagão e insistiu que Espanha não deve fechar as cinco centrais nucleares ativas no país, como está previsto ocorrer até 2035.

Também o Vox, formação de extrema-direita e o terceiro maior partido no parlamento, pediu hoje demissões no Governo por causa do apagão e, em concreto, a do próprio primeiro-ministro, depois de "deixar Espanha às escuras".

O apagão de 28 de abril está a ser discutido hoje no plenário do parlamento de Espanha, por iniciativa do líder do Governo.

Sánchez prometeu que o Governo vai "chegar ao fundo" deste assunto para saber o que aconteceu, "assumir e pedir responsabilidades políticas" e adotar medidas para que não volte a acontecer.

Insistindo em que se trata de um assunto complexo, exigiu e prometeu "rigor, cautela, prudência e absoluta transparência".

"Posso assegurar que tudo que for descoberto se tornará público", afirmou, depois de dizer que o executivo espanhol "está plenamente consciente" de que os cidadãos querem saber o que aconteceu.

"Não vamos fechar qualquer debate em falso, não vamos precipitar-nos nas conclusões", acrescentou, antes de sublinhar que "para fazer bem o trabalho, os técnicos precisam de tempo" e que "a responsabilidade do Governo é respeitar a complexidade do assunto" e "não gerar ruído e debates interessados, como já estão a fazer alguns".

A este propósito, pediu aos espanhóis para desconfiarem dos discursos que tentam explicar o apagão com um debate entre energias renováveis e nuclear.

"Neste momento, não há nenhuma evidência empírica que diga que o incidente foi provocado por excesso de renováveis ou falta de centrais nucleares em Espanha", afirmou, num discurso em que acusou partidos políticos de direita e extrema-direita de terem embarcado, sem dados ou provas, numa "agenda ideológica" e nos interesses de empresas que são proprietárias das centrais nucleares espanholas.

Leia Também: Apagão? "Tornaremos público tudo o que descobrirmos. Mas levará tempo"

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