Paquistão respondeu com disparos de artilharia contra território indiano

O Paquistão lançou ataques de artilharia contra território indiano, adiantou o Exército indiano, após uma série de ataques com mísseis que visaram "infraestruturas terroristas" no território paquistanês, em retaliação pelo ataque de 22 de abril na Caxemira indiana.

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Lusa
06/05/2025 22:33 ‧ há 1 hora por Lusa

Mundo

Nova Deli

"O Paquistão violou mais uma vez o acordo de cessar-fogo ao realizar bombardeamentos de artilharia nos setores de Bhimber Gali e Poonch-Rajauri" na Caxemira indiana, referiu Exército indiano na sua conta na rede social X, acrescentando que tinha "respondido de forma apropriada e calibrada".

 

A Índia lançou ataques com mísseis contra nove locais que albergam "infraestruturas terroristas" localizados em território paquistanês, anunciou Nova Deli na quarta-feira (hora local), citada pela agência France-Presse (AFP).

O Exército paquistanês reportou a morte de uma criança na sequência do ataque executado pela Índia, que segundo Islamabade atingiu várias posições civis, incluindo uma mesquita na província de Punjab, na fronteira com a Índia.

"Até agora, uma criança inocente foi morta, enquanto uma mulher e um homem ficaram gravemente feridos", afirmaram as forças de segurança paquistanesas, em comunicado, garantindo que iam efetuar uma resposta ao ataque.

Os correspondentes da AFP na Caxemira paquistanesa e no Punjab ouviram várias explosões fortes.

Do outro lado da Linha de Controlo (LoC), a fronteira de facto que divide Caxemira em duas, os jornalistas da AFP ouviram inúmeras explosões a aproximarem-se cada vez mais.

Um alto responsável paquistanês disse à AFP que "tem atualmente informações sobre ataques em quatro locais: Muridke e Bahawalpur, no Punjab, e Kolti e Muzaffarabad, em Caxemira".

"Haverá uma resposta contundente em breve, e não vai ficar por aqui", acrescentou.

Desde que homens armados mataram 26 homens na Caxemira administrada pela Índia, a 22 de Abril, a comunidade internacional teme uma nova conflagração entre as duas potências nucleares, vizinhas e rivais desde a sua dolorosa partição em 1947.

Nova Deli acusou imediatamente Islamabad pelo atentado, que não foi reivindicado.

Mas a polícia indiana disse estar à procura de pelo menos dois cidadãos paquistaneses entre os atacantes e os seus cúmplices, e diz que estão ligados ao LeT, o movimento 'jihadista' Lashkar-e-Taiba, sediado no Paquistão, já suspeito dos ataques que mataram 166 pessoas em Bombaim em 2008.

Um dos locais visados durante a noite pelo exército indiano foi a Mesquita Subhan, em Bahawalpur, que os serviços de informação indianos disseram estar ligados a grupos próximos do LeT, principalmente o Jaish-e-Mohammed (JeM).

"A nossa ação é direcionada, ponderada e visa evitar qualquer escalada. Nenhuma instalação militar paquistanesa foi atacada", salientou o Governo indiano em comunicado, acrescentando que demonstrou "considerável contenção".

"Estamos, portanto, a cumprir o nosso compromisso de garantir que os responsáveis por este ataque são responsabilizados", acrescentou.

Antes do ataque, Nova Deli tinha acabado de ameaçar "cortar a água" que irriga o Paquistão, em retaliação pelo ataque mortal de 22 de abril.

Nas últimas dez noites, soldados indianos e paquistaneses têm trocado tiros com armas de pequeno porte ao longo da fronteira que separa os seus países. Nenhuma vítima foi relatada até agora, de acordo com Nova Deli.

Os dois adversários partilham mais de 2.900 quilómetros de fronteira terrestre.

A parte indiana de Caxemira é palco de uma rebelião separatista iniciada em 1989 que já fez dezenas de milhares de mortos entre rebeldes, soldados indianos e civis.

Os dois países acusam-se mutuamente de apoiar grupos armados do outro lado da fronteira.

A Índia - o país mais populoso do mundo, com 1,4 mil milhões de habitantes - e o Paquistão - com 240 milhões - possuem ambos armas nucleares e Forças Armadas poderosas.

Leia Também: Índia lança ataque contra "infraestruturas terroristas" do Paquistão

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