AfD é classificado como partido de extrema-direita: "Visa excluir grupos"

A ministra do Interior interina, Nancy Faeser, social-democrata, defendeu a decisão como "clara e inequívoca". Decisão foi anunciada pelo Departamento para a Proteção da Constituição, que dá conta de que há incompatibilidades com "a ordem democrática livre."

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© Michael Kappeler/picture alliance via Getty Images

Notícias ao Minuto com Lusa
02/05/2025 11:45 ‧ há 10 horas por Notícias ao Minuto com Lusa

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Alemanha

O Alternativa para a Alemanha (AfD) foi classificado como um "grupo de extrema-direita", o que significa que esta é a primeira vez na História da Alemanha moderna que existe um grupo deste espetro com representação parlamentar.

 

"A conceção de povo baseada na etnia e na ancestralidade que predomina no seio do partido não é compatível com a ordem democrática livre", justificou o Departamento para a Proteção da Constituição (BfV, na sigla em alemão) em comunicado citado pela imprensa internacional.

Segundo o que é explicado, esta nova designação não 'expulsa' o partido, mas permite que as autoridades alemãs possam intensificar a vigilância, incluindo o recurso a informadores infiltrados e monitorização das comunicações, sob controlo judicial.

Segundo aponta a publicação Politico, a decisão aumenta também os riscos políticos, dado que os restantes partidos enfrentarão uma pressão crescente para excluir a cooperação com o AfD a qualquer nível do governo.

A publicação adianta também que esta nova classificação pode alimentar apelos para uma proibição formal do partido, embora essa seja "uma batalha legal e política difícil", dado que isso só poderia acontecer com a aprovação do principal tribunal constitucional da Alemanha e também do Governo.

O que diz mais o BfV?

O BfV destacou, em particular, "a atitude hostil geral do partido em relação aos migrantes e aos muçulmanos".

Esta ideologia "visa excluir certos grupos populacionais da participação igualitária na sociedade, submetendo-os a um tratamento desigual que não está de acordo com a Constituição", segundo o BfV, referindo na sua declaração o "grande número de declarações anti-estrangeiros, anti-minorias, anti-islão e anti-muçulmanos" feitas pelos dirigentes do partido.

"A agitação constante contra os refugiados e migrantes está a alimentar a disseminação e o aprofundamento de preconceitos, ressentimentos e medos em relação a este grupo de pessoas", acrescentou o BfV.

Nas eleições parlamentares de 23 de fevereiro, a AfD - liderada por Alice Weidel - conseguiu um avanço histórico, duplicando a sua pontuação anterior e obtendo mais de 20% dos votos, conseguindo mesmo ocupar o segundo lugar neste sufrágio.

Desde então, o jovem partido fundado em 2013 tem vindo a ultrapassar em algumas sondagens a União Democrata-Cristã (CDU, na sigla em alemão), o partido conservador de Friedrich Merz, que deverá tomar posse como primeiro-ministro na terça-feira após fechar um acordo de coligação com os sociais-democratas (SPD).

O Departamento de Proteção da Constituição ainda não forneceu detalhes específicos sobre as consequências concretas desta classificação, que poderá ter grandes repercussões na vida política alemã.

O serviço de informação interno da Alemanha já tinha classificado a organização juvenil do partido de extrema-direita AfD, bem como vários braços regionais em estados da antiga Alemanha de Leste, como "extremistas".

A ministra do Interior interina, Nancy Faeser, social-democrata, defendeu a decisão do BfV, referindo numa declaração que o organismo fez uma "avaliação clara e inequívoca".

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