"O que é impressionante, no entanto, é a descaramento com que Netanyahu está agora a ditar ao Presidente [dos Estados Unidos], Donald Trump, o que pode ou não fazer na sua diplomacia com o Irão", declarou Abbas Araghchi na rede social X.
No domingo, Netanyahu tinha pedido um acordo com Teerão que "eliminasse a capacidade de enriquecimento de urânio do Irão".
O Irão e os Estados Unidos, inimigos desde a Revolução Islâmica de 1979, realizaram no sábado uma terceira ronda de negociações, sob a mediação de Omã.
As negociações foram descritas como "positivas e construtivas" por uma autoridade norte-americana, enquanto Araghchi disse que os dois lados tentariam resolver as suas diferenças antes do próximo encontro.
"A fantasia de Israel de que pode ditar o que o Irão pode ou não fazer está tão longe da realidade que dificilmente merece uma resposta", acrescentou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano.
Araghchi disse que o seu país era capaz de frustrar "qualquer tentativa de atores externos maliciosos de sabotar a sua política externa ou de ditar o seu curso de ação".
"Só podemos esperar que os nossos colegas americanos mostrem a mesma firmeza", acrescentou o ministro iraniano.
Um acordo internacional com o Irão foi concluído em 2015, mas tornou-se sem efeito após a decisão dos Estados Unidos de retirarem-se do mesmo em 2018, durante o primeiro mandato de Trump.
Desde que regressou à Casa Branca, em janeiro, Trump instou o Irão a negociar um novo texto, mas ameaçou bombardear o país se a diplomacia falhasse.
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