Depois da publicação de imagens de satélite da central de Natanz, nas quais se vê um novo túnel situado próximo de um outro mais antigo e de um novo perímetro de segurança, o diretor da AIEA, Rafael Grossi, garantiu que vai continuar a pedir explicações.
Grossi, que visitou Teerão na semana passada, lembrou que todos os países devem informar a AIEA sobre os planos para instalações junto a locais nucleares, mas que o Irão, em nome de uma posição "única no mundo", se permite não o fazer.
"Perguntamos-lhes: para que vai servir? Eles respondem-nos que não é da nossa conta", relatou o responsável. Grossi não afastou a possibilidade de os túneis servirem para armazenar material não declarado, mas sem querer especular sobre as intenções do Irão.
"O Irão não possui armas nucleares. Isso é muito claro", afirmou. No entanto, lembrou que "o Irão já realizou no passado certas atividades relevantes --- ou que podem ser --- no processo de desenvolvimento de armas nucleares".
Grossi manifestou otimismo quanto à celebração de um acordo entre os Estados Unidos e o Irão após duas rondas de negociações e quando estão previstas novas discussões para o fim de semana.
"Penso que todos esperam que as coisas corram bem e que o acordo seja verificado pela AIEA", afirmou.
Em 2018, Donald Trump, no primeiro mandato como Presidente dos Estados Unidos, pôs fim a um acordo anterior com o Irão, negociado sob a presidência do antecessor Barack Obama.
Novamente na Casa Branca desde janeiro, o Republicano tem alimentado agora esperança de um novo acordo que resolva a questão por via diplomática, e dissuadiu Israel de levar a cabo um ataque militar contra o Irão.
Questionado sobre a opção militar, Grossi declarou: "Gostaria apenas de lembrar que ataques contra instalações nucleares podem ter consequências muito, muito graves".
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