Governo argentino anuncia suspensão dos apertados controlos cambiais

O ministro da Economia argentino anunciou sexta-feira que o Governo liberal de Milei vai suspender os rigorosos controlos de capitais e divisas do país dentro de dias, uma aposta arriscada possibilitada por um novo empréstimo do Fundo Monetário Internacional.

luis caputo, javier milei

© Tomas Cuesta/Getty Images

Lusa
12/04/2025 00:06 ‧ 12/04/2025 por Lusa

Mundo

Argentina

Luis Caputo sublinhou ainda, num discurso televisivo, que o conselho executivo do FMI decidiu aprovar o pacote de resgate de 20 mil milhões de dólares anunciado no início desta semana, que oferece uma tábua de salvação às reservas de divisas estrangeiras da Argentina, que estão a esgotar-se perigosamente, noticiou a agência Associated Press (AP).

 

"O acordo vai permitir-nos, a partir de segunda-feira, suspender os controlos cambiais que limitam tanto o funcionamento normal da economia", sublinhou Caputo, num discurso na sede do governo em Buenos Aires.

Os controlos de capitais são um emaranhado de regulamentos que ajudam a estabilizar o peso a um ritmo oficial e impedem a fuga de capitais da Argentina.

Impostas pelo anterior governo de esquerda em 2019, as restrições restringem o acesso de indivíduos e empresas a dólares, desencorajando o investimento estrangeiro de que o Presidente Javier Milei necessita para atingir o seu objetivo de transformar a Argentina, fortemente regulamentada, numa economia livre.

Criaram também um vasto mercado negro para a moeda norte-americana.

A inflação mensal na Argentina acelerou em março para o ritmo mais rápido em sete meses, de acordo com dados da agência oficial de estatísticas do país divulgados hoje.

Os preços no consumidor subiram 3,7% em relação ao mês anterior, principalmente como resultado do aumento dos preços dos alimentos.

O aumento acentuado, face à taxa de inflação de 2,4% em fevereiro, surpreendeu os analistas financeiros e deixou os argentinos cada vez mais preocupados com a possibilidade de o progresso do Presidente Javier Milei na redução dos aumentos de preços estar estagnado.

A última vez que a inflação subiu tanto numa base mensal foi em agosto de 2024, quando os preços subiram 4,2%.

Embora Milei considere o acordo com o FMI crucial para os seus esforços de estabilização da economia argentina, que já sofre há muito tempo, o acordo, ainda vago, gerou nervosismo entre os investidores, que esperam que a Argentina tenha de impor uma nova política monetária e cambial como condição para receber o dinheiro.

Mas desvalorizar ainda mais o peso, agora ligado ao dólar norte-americano, traz riscos de fuga de capitais e de inflação ainda maior.

Milei chegou ao poder em dezembro de 2023 com a promessa de tirar a Argentina da espiral inflacionista que durava há anos.

Leia Também: Argentina obtém 42 mil milhões de dólares de instituições internacionais

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