"O principal objetivo da nossa reunião de hoje é avaliar as mudanças que vemos agora ocorrer na economia global, o que isso significa para o desempenho da zona euro e para os muitos planos que temos em curso. A nossa mensagem de hoje é que dispomos de um quadro muito estável na zona euro e temos uma abordagem estável no que respeita ao nosso planeamento orçamental", disse Paschal Donohoe.
Na chegada à reunião informal dos ministros das Finanças do euro, em Varsóvia, o líder do Eurogrupo insistiu estar "muito confiante de que as bases económicas da zona euro são resistentes e fortes" para resistir às consequências das atuais tensões comerciais transatlânticas.
"Quando olho para a nossa situação atual, vejo que ainda estamos numa posição muito estável. Temos todos os ministros que representam as diferentes economias da zona euro a trabalhar em estreita colaboração para manter uma resposta coordenada ao que está a acontecer", acrescentou.
Saudando a pausa de 90 dias anunciada pelos Estados Unidos nas novas tarifas recíprocas à UE, Paschal Donohoe apontou que o bloco comunitário deve "responder num momento oportuno" e, até lá, aproveitar esta "janela de oportunidade" para "debater de forma construtiva com os Estados Unidos" com vista a evitar menor crescimento económico, maior inflação e outros riscos que podem ocorrer com tais taxas.
Os ministros das Finanças da zona euro discutem hoje o impacto económico das novas tarifas aduaneiras dos Estados Unidos, num contexto de alívio após o anúncio norte-americano de suspensão temporária, pausa também adotada pela UE.
Realizada em Varsóvia pela presidência do Conselho da UE assumida pela Polónia, a reunião informal do Eurogrupo -- dos ministros do euro -- acontece num momento de acentuadas tensões comerciais após anúncios do Presidente norte-americano, Donald Trump, de taxas de 25% ao aço, alumínio e automóveis europeus e de 20% em tarifas recíprocas ao bloco comunitário, estas últimas entretanto suspensas por 90 dias.
Esta suspensão acalmou os mercados, que têm vindo a registar graves perdas, e foi saudada e secundada pela UE, que suspendeu, durante o mesmo período, as tarifas de 25% a produtos norte-americanos que havia aprovado na quarta-feira em resposta às aplicadas pelos Estados Unidos ao aço e alumínio europeus.
A discussão do Eurogrupo vai centrar-se, durante a manhã de hoje, nas consequências macroeconómicas de tais tarifas e, já pela hora de almoço a 27 Estados-membros, será analisada qual a posição comunitária de resposta.
A Comissão Europeia, que detém a competência da política comercial na UE, tem optado pela prudência e essa cautela é apoiada por países como Portugal.
Bruxelas quer, neste período de pausa de 90 dias, conseguir negociar com Washington, após ter já proposto tarifas zero para bens industriais nas trocas comerciais entre ambos os blocos.
No encontro, Portugal está representado pelo ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento.
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