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Turquia. Mais jornalistas detidos ao cobrir protestos anti-governamentais

Dois jornalistas foram detidos durante a madrugada de sexta-feira em Istambul no âmbito de uma ação de repressão contra os meios de comunicação social que faziam cobertura dos protestos na Turquia.

Turquia. Mais jornalistas detidos ao cobrir protestos anti-governamentais

© Reuters

Lusa
28/03/2025 16:17 ‧ há 4 meses por Lusa

Mundo

Turquia

Elif Bayburt, da agência noticiosa Etkin, e Nisa Suda Demirel, do jornal de notícias online Evrensel, foram as últimas a serem detidas durante as rusgas da madrugada, que tiveram como alvo ativistas políticos, sindicalistas e jornalistas.

 

"A nossa repórter, Nisa Sude Demirel, foi detida pela polícia que foi a sua casa por volta das 6 da manhã de hoje", declarou o Evrensel num comunicado.

O meio de comunicação social acrescenta que Demirel estava a acompanhar os protestos junto à Câmara Municipal de Istambul, bem como os boicotes nas universidades e acabou por ser "levada para o gabinete da Secção Antiterrorista da Polícia de Istambul".

As manifestações tiveram início na semana passada, após a detenção do presidente da Câmara de Istambul, Ekrem Imamoglu, um dos principais rivais do Presidente Recep Tayyip Erdogan.

Imamoglu foi preso a aguardar julgamento por acusações de corrupção que muitos consideram ter motivações políticas. O Governo insiste que o poder judicial é independente e não tem interferência política.

Os Repórteres Sem Fronteiras (RSF) condenaram as detenções dos jornalistas, reforçando que as "detenções de jornalistas não têm fim", segundo o representante da organização internacional sem fins lucrativos na Turquia, Erol Onderoglu.

O Sindicato dos Jornalistas Turcos apelou a que os meios de comunicação social fossem autorizados a fazer o seu trabalho e a que se pusesse "fim a estas detenções ilegais".

No início desta semana, 11 jornalistas foram detidos em rusgas e, apesar de serem inicialmente detidos a aguardar julgamento, foram libertados na quinta-feira, embora continuem a ser acusados de "participação em manifestações e marchas ilegais".

A autoridade turca para a radiodifusão proibiu a Sozcu TV por 10 dias, também na quinta-feira, e aplicou multas e suspensões de programas noutros canais da oposição.

Um repórter da BBC do Reino Unido também foi deportado na quinta-feira.

O chefe de redação do jornal sueco Dagens ETC, Andreas Gustavsson, anunciou hoje que o seu repórter Joakim Medin tinha desaparecido e que não foi ouvido desde que escreveu que estava a ser levado para interrogatório depois de chegar a Istambul na quinta-feira para cobrir os protestos.

Pelo menos 15 grupos de direitos humanos e de liberdade de imprensa, incluindo a Human Rights Watch, instaram as autoridades turcas a suspender a repressão a manifestantes pacíficos e a parar de imediato a perseguição a jornalistas.

O Ministro do Interior turco, Ali Yerlikaya, disse na quinta-feira que cerca de 1.900 pessoas foram detidas desde 19 de março.

As manifestações noturnas em Istambul, organizadas pelo Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata), de Imamoglu, terminaram na terça-feira, no entanto estenderam-se a outras cidades, e mesmo em Istambul, desde o fim dos comícios do CHP, os protestos têm sido mais orgânicos.

Apesar dos protestos, na sua maioria pacíficos, a polícia utilizou gás lacrimogéneo, canhões de água e balas de plástico para reprimir as manifestações proibidas em Istambul, Ancara e Izmir.

Leia Também: Erdogan tem todo o poder, mas jovens estão frustrados, diz investigador

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