Líder sérvio-bósnio viaja sem ser detido apesar de mandado de captura

O líder secessionista sérvio-bósnio, Milorad Dodik, viajou na quinta-feira à noite de Israel para Belgrado sem ter sido detido, apesar de a Bósnia ter enviado à Interpol um mandado de captura internacional por atos inconstitucionais.

In this photograph taken on December 14, 2020, Chairman of Bosnia and Herzegovina's tripartite presidency, Milorad Dodik addresses journalists, after meeting with the Russian Foreign Minister in Sarajevo. - After more than 25 years of uneasy peace, the le

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Lusa
28/03/2025 16:41 ‧ 28/03/2025 por Lusa

Mundo

Belgrado

De acordo com os meios de comunicação social bósnios Klix e Slobodna Bosna, o avião oficial da Republika Srpska (RS) - uma das duas entidades autónomas da Bósnia - regressou esta manhã a Banja Luka depois de uma escala em Belgrado, embora não seja claro se o pró-republicano Dodik permaneceu na Sérvia ou regressou ao território sérvio da Bósnia.

 

Sarajevo enviou na quinta-feira à Interpol um mandado de captura internacional para Dodik, bem como para o presidente do Parlamento da RS, Nenad Stevandic, pelas suas violações da Constituição da Bósnia-Herzegovina.

O mandado deve ser aprovado pelo secretariado-geral da Interpol para poder entrar em vigor.

O Tribunal da Bósnia e Herzegovina emitiu um mandado de captura para Dodik, Stevandic e o primeiro-ministro da RS, Radovan Viskovic, a 14 de março, mas como alguns deles saíram ilegalmente do país, o tribunal solicitou também um mandado de captura internacional.

A Sérvia enviou na quinta-feira uma nota de protesto à Interpol, pedindo-lhe que não aceitasse o pedido de Sarajevo, argumentando que Dodik e Stevandic são vítimas de perseguição política, disse o ministro do Interior, Ivica Dacic.

Os analistas acreditam que Dodik, um aliado do Presidente sérvio, Aleksandar Vucic, não será detido em Belgrado, mesmo que a Interpol emita um mandado de captura internacional, pelo facto de também ter cidadania sérvia.

No mês passado, por iniciativa de Dodik, a Republika Srpska proibiu o poder judicial e a polícia do Estado bósnio de atuarem no seu território e, no ano passado, declarou inválidas as decisões do Tribunal Constitucional e do Alto Representante internacional para a Bósnia-Herzegovina.

O Tribunal Constitucional da Bósnia suspendeu estas decisões e a União Europeia (UE) e os Estados Unidos condenaram-nas como atos contrários ao Acordo de Paz de Dayton, que em 1995 pôs fim a uma guerra de três anos que matou cerca de 100.000 pessoas.

Nos últimos anos, Dodik afirmou repetidamente que a Bósnia tinha falhado como Estado e que a RS decidiria o seu futuro, defendendo uma união com a Sérvia.

As autoridades secessionistas sérvias da Bósnia anunciaram que vão resistir a qualquer tentativa de os prender e estão a ser protegidas por unidades policiais fortemente armadas.

Leia Também: Líder sérvio-bósnio procurado pela justiça foi convidado especial em Belgrado

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