Organização pede a Ancara para libertar jornalistas detidos na Turquia

O diretor-geral da organização Repórteres sem Fronteiras (RSF) pediu hoje à Turquia para libertar os jornalistas, entre os quais um fotógrafo da AFP, detidos esta semana durante a cobertura dos protestos em Istambul.

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Lusa
26/03/2025 18:05 ‧ 26/03/2025 por Lusa

Mundo

Turquia

"Estes jornalistas estavam apenas a fazer o seu trabalho. Nada têm a fazer em tribunal. Têm absolutamente de ser libertados. Isto é absolutamente escandaloso", afirmou Thibaut Bruttin, da organização não-governamental de defesa da liberdade de imprensa em declarações à agência de notícias France-Presse (AFP). 

 

"Os RSF apelam ao Ministério da Justiça para que deixe de julgar os jornalistas detidos e também ao Ministério do Interior para que assegure que as práticas das forças de segurança respeitem o trabalho da imprensa", acrescentou.

A Turquia está a ser palco de tensões políticas dominadas por um movimento de protesto e de manifestações liderado por jovens, uma semana após a detenção do presidente da Câmara de Istambul, Ekrem Imamoglu, o principal rival do chefe de Estado turco, Recep Tayyip Erdogan.

No espaço de uma semana, a polícia deteve mais de 1.400 pessoas acusadas de participarem em manifestações que as autoridades consideram ilegais.

Segundo a agência de notícias estatal Anadolu, 172 pessoas foram detidas em Istambul nos últimos dias por provocação e violência ou por esconderem o rosto durante as manifestações.

Entre os detidos encontram-se sete jornalistas, incluindo o fotógrafo da AFP, Yasin Akgül, acusados pelas autoridades de "participação em manifestações proibidas".

"O que é grave é os jornalistas terem sido detidos nas suas casas por cobrirem manifestações. E é evidente até que ponto o atual governo e o Presidente Erdogan não querem que façamos a cobertura destas manifestações. Não querem que falemos sobre elas", afirmou Thibaut Bruttin.

Para o diretor-geral dos RSF, "há uma utilização e, sobretudo, uma má utilização de uma lei sobre manifestações na via pública". 

"Isto abre um precedente perigoso para a Turquia, que já é um país muito repressivo para os jornalistas", referiu.

Na terça-feira, o diretor-geral da AFP, Fabrice Fries, pediu uma "rápida libertação" de Yasin Akgül. 

"[Akgul] não estava a manifestar-se, estava a cobrir, como jornalista, uma das muitas manifestações organizadas no país desde quarta-feira, 19 de março", afirmou.

Fries, na carta dirigida ao secretário-geral da presidência turca, Hakki Susmaz, considerou "inaceitável a detenção" de Agkul, decidida por um juiz local.

"A detenção é inaceitável e é por isso que lhe peço que intervenha o mais rapidamente possível para garantir a rápida libertação do nosso jornalista", sublinha Fabrice Fries na carta.

"O trabalho de um fotógrafo é estar onde os acontecimentos estão a ter lugar, incluindo entre os manifestantes e as forças da ordem. Yasin Akgül é um dos melhores representantes disso, e o seu valor profissional é reconhecido em todo o mundo", acrescentou.

Leia Também: Presidente turco acusa oposição de "afundar economia" com protestos

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