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Turquia. ONU pede libertação de detidos por contestarem prisão de autarca

A ONU exortou hoje as autoridades turcas a libertarem os detidos por protestarem contra a prisão do presidente da Câmara de Istambul, quando as detenções se cifram em quase 1.500 numa semana, segundo dados oficiais.

Turquia. ONU pede libertação de detidos por contestarem prisão de autarca

© ANGELOS TZORTZINIS/AFP via Getty Images

Lusa
25/03/2025 16:06 ‧ há 6 meses por Lusa

Mundo

Turquia

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos está "profundamente preocupado" com o elevado número de pessoas detidas na última semana na Turquia, incluindo do próprio Ekrem Imamoglu, disse a porta-voz da agência da ONU, Liz Throssell.

 

"Os protestos foram ilegalmente proibidos em três cidades do país e mais de mil pessoas foram presas, pelo menos nove delas jornalistas", alertou a porta-voz, que apelou para a liberdade "imediata e incondicional" de todos os que foram "detidos por exercerem os seus direitos".

Nesse sentido, Throssell salientou que "aqueles que enfrentam a imposição de acusações devem ser tratados com dignidade, respeitando sempre os seus direitos e sendo submetidos a um julgamento justo".

"Exortamos as autoridades a garantir que os direitos à liberdade de expressão e de reunião sejam respeitados, sempre em conformidade com o direito internacional. É importante que as alegações credíveis de um eventual uso excessivo da força sejam objeto de uma investigação aprofundada" adiantou.

Segundo o ministro do Interior turco, Ali Yerlikaya, 1.418 suspeitos foram detidos na última semana em manifestações consideradas ilegais pelo Governo.

Dos detidos, 979 continuam sob custódia da polícia e 478 deverão comparecer hoje em tribunal, informou o ministro.

"Não haverá concessões para aqueles que tentam aterrorizar a população ou que tentam atacar os nossos valores nacionais e morais e a nossa polícia", sublinhou Yerlikaya.

"Mais uma vez, condeno aqueles que insultaram a família do Presidente [Recep Tayyip] Erdogan", frisou o ministro, referindo-se às cerca de 50 pessoas detidas por alegadamente insultarem o chefe de Estado turco.

O ministro do Interior turco elogiou ainda as forças policiais turcas, que "protegem a paz e a segurança da amada nação 24 horas por dia, sete dias por semana, com o poder que a lei lhes confere".

Também a presidente da Comissão de Democracia, Direitos Humanos e Assuntos Humanitários da Assembleia Parlamentar da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa), Lucie Potuckova, e a relatora Carina Odebrink manifestaram igualmente hoje a sua preocupação com a detenção de Ekrem Imamoglu e com a repressão dos protestos na Turquia.

"A detenção de Ekrem Imamoglu, juntamente com numerosos funcionários municipais acusados de corrupção e de alegadas ligações a grupos terroristas, é profundamente preocupante. O momento - poucos dias antes da sua esperada nomeação como candidato presidencial - levanta sérias preocupações sobre o contexto democrático destas ações. Sublinhamos a necessidade de um processo judicial independente e transparente e instamos as instituições judiciais a respeitarem a imparcialidade e as normas jurídicas internacionais", afirmaram as representantes da OSCE num comunicado.

"Estamos igualmente alarmados com as notícias de detenções generalizadas de manifestantes e jornalistas. A resposta a estes protestos deve respeitar os direitos fundamentais, incluindo a liberdade de reunião e de expressão. É fundamental que as autoridades turcas permitam que as pessoas exprimam as suas opiniões de forma pacífica e sem receio de represálias", adiantaram as representantes na mesma nota.

Milhares de pessoas saíram às ruas em Istambul e noutras cidades turcas nas últimas noites para protestar contra a detenção do presidente da Câmara de Istambul e candidato presidencial do Partido Republicano do Povo (CHP), Ekrem Imamoglu.

Principal opositor do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, Imamoglu é acusado de corrupção e ligações terroristas, tendo ficado em prisão preventiva. 

No domingo, Imamoglu foi eleito candidato do CHP às eleições presidenciais agendadas para 2028.

Leia Também: Mais de 40 pessoas detidas por insultarem presidente da Turquia

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