"A carta contém principalmente ameaças, mas também contém oportunidades. Percebemos a dimensão das ameaças e das oportunidades", afirmou Abbas Araqchi, antes de declarar que Teerão "responderá nos próximos dias" à carta de Washington.
Araqchi afirmou que as autoridades iranianas enviarão a sua resposta "através dos canais apropriados", sublinhando que Teerão "não iniciará negociações diretas sob pressão, ameaças ou sanções", segundo a agência de notícias iraniana FARS.
As declarações do ministro iraniano surgiram dias depois de o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Esmaeil Baqaei, ter sublinhado que o conteúdo da carta de Trump a pedir um acordo sobre o programa nuclear do Irão "não está muito distante" das suas declarações públicas, nas quais o Presidente norte-americano chegou a ameaçar com uma ação militar se não fossem abertos canais diplomáticos para resolver o diferendo.
As autoridades iranianas já haviam confirmado a receção da carta enviada a Khamenei.
O líder iraniano disse na semana passada que o regresso às negociações com os Estados Unidos "só levará a sanções mais duras", sublinhando que o próprio Trump retirou Washington do acordo alcançado entre as partes, que foi apoiado por uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Em 2018, Trump retirou unilateralmente os Estados Unidos do histórico acordo nuclear de 2015 e impôs uma série de sanções contra Teerão, levando os iranianos a reduzirem os seus compromissos com o pacto até que Washington retomasse o cumprimento dos seus termos.
Desde que regressou à Casa Branca, Trump restabeleceu um vasto leque de sanções, algo criticado pelo Governo iraniano.
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