A Administração Autónoma do Norte e Leste da Síria (AANES) afirmou em comunicado que a declaração "contradiz a realidade da Síria", uma vez que "não reflete o espírito do povo sírio e dos seus diversos constituintes, desde os curdos aos árabes".
A declaração "carece do estatuto de participação efetiva das componentes nacionais da Síria", "não representa as aspirações" do povo sírio e tem uma "mentalidade individual" típica da situação que existia anteriormente no país, em referência ao antigo regime do presidente deposto Bashar al-Assad.
A Constituição temporária, que servirá de base ao processo de transição após a queda do regime de al-Assad, especifica que o Islão é a religião do Estado e mantém a jurisprudência islâmica como a "principal fonte de legislação".
Prevê igualmente a "liberdade de opinião, de expressão, de informação, de publicação e de imprensa" e o direito das mulheres ao trabalho e à educação, entre outras questões.
Al-Chareh foi colocado à frente do país como presidente de transição após a queda de Al-Assad, que fugiu para a Rússia em dezembro, pondo fim a quase um quarto de século à frente do país, depois de ter sucedido, em 2000, ao seu pai, Hafez al-Assad, que liderava a Síria desde 1971.
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