SADC ordena retirada das tropas destacadas no leste da RDCongo

Os países que compõem a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) ordenaram hoje, numa cimeira 'online', a retirada das suas forças de paz destacadas no leste da República Democrática do Congo (RDCongo). 

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Lusa
13/03/2025 14:55 ‧ há 2 semanas por Lusa

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RDCongo

"A cimeira pôs termo ao mandato da SAMIDRC [a missão militar do bloco] e ordenou o início de uma retirada gradual das tropas da SAMIDRC da RDCongo", afirmaram os líderes num comunicado conjunto emitido no final de uma cimeira extraordinária do bloco regional de 16 nações.

 

A decisão foi tomada depois de 18 soldados da SAMIDRC (a maioria sul-africanos) terem sido mortos no final de janeiro, quando o grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23) avançou em direção a Goma, a capital da província de Kivu do Norte, no leste da RDCongo, que acabou por conquistar depois de intensos combates com o exército democrático-congolês. 

"Na cimeira foi referida a dedicação à resolução do conflito em curso na RDCongo e foi reafirmado o empenho [do bloco] em apoiar as intervenções destinadas a alcançar uma paz e uma segurança duradouras no leste da RDCongo", pode ler-se no comunicado.

A SADC sublinhou ainda "a necessidade de uma solução política e diplomática com todas as partes, incluindo as estatais, não-estatais e civis, para o restabelecimento da paz, da segurança e da tranquilidade no país" face às "crescentes necessidades humanitárias" na região.

A SADC enviou a sua missão para o leste da RDCongo em dezembro de 2023 para apoiar as operações do exército democrático-congolês contra vários grupos rebeldes, e prorrogou o seu mandato por mais um ano em 2024.

Esta declaração da SADC foi divulgada um dia depois de a Presidência angolana ter anunciado que o Governo democrático-congolês e o M23 vão realizar conversações de paz em Luanda, capital de Angola, em 18 de março, após várias recusas de Kinshasa em abordar o conflito diretamente com o grupo.

O Presidente angolano tem atuado como mediador no conflito na RDCongo, tendo sido designado pela União Africana como facilitador para promover a paz e a segurança na região e reduzir as tensões entre aquele país e o Ruanda.

Angola assumiu em fevereiro a presidência rotativa da União Africana, mantendo-se João Lourenço como mediador neste conflito.

As várias tentativas de reunir à mesma mesa as partes beligerantes têm saído goradas até ao momento.

O M23, composto maioritariamente por tutsis congoleses, obteve ganhos territoriais significativos nas últimas semanas, uma ofensiva que levou a RDCongo a acusar diretamente o Ruanda de enviar tropas para o seu território para apoiar as operações do M23, no meio de apelos regionais a um cessar-fogo e a um processo de paz.

Por seu lado, as autoridades ruandesas acusam o Governo da RDCongo de reprimir os tutsis congoleses, que são uma minoria no leste da RDCongo, com o apoio de grupos armados como as Forças Democráticas para a Libertação do Ruanda (FDLR) - fundadas por hutus que fugiram do genocídio ruandês de 1994 - e outras milícias locais.

A SADC é uma comunidade económica regional composta pela África do Sul, Angola, Botsuana, Comores, Essuatíni, Lesoto, Madagáscar, Malaui, Maurícias, Moçambique, Namíbia, RDCongo, Seychelles, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabué. 

Leia Também: PR de Moçambique defende "solução diplomática" para pacificar RDCongo

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