Um grupo de 32 imigrantes, que tentava atravessar o Mediterrâneo, ficou encalhado durante quatro dias numa plataforma petrolífera, ao largo da costa da Tunísia, sem água nem comida. Foram resgatados na quarta-feira, pela Organização Não Governamental (ONG) Sea Watch.
Entre o grupo, segundo a Sea Watch, citada pela BBC, estavam "mulheres, homens e crianças". Uma das pessoas acabou por morrer ainda na plataforma petrolífera.
A ONG explicou que decidiu intervir e salvar as pessoas porque nenhum país europeu o fez, "apesar da emergência iminente".
O barco de borracha onde os migrantes viajavam foi visto pela primeira vez perto da plataforma petrolífera, vazio, no dia 1 de março.
O náufragos conseguiram contactar a Alarm Phone, uma linha de emergência para migrantes em apuros no mar, e avisaram que estavam num estado crítico, já com registo de uma morte, sem comida há dias.
Num vídeo filmado por uma das pessoas do grupo e partilhado pela Sea Watch nas redes sociais é possível ouvir-se um jovem, de t-shirt branca, a dizer que há pessoas a "sofrer com fome e a morrer de frio".
"Aqueles que chegaram aqui e não morreram no mar estão a morrer de fome e exaustão. Se em poucas horas ninguém fizer nada, obviamente morreremos… Temos poucas hipóteses [de sobreviver]", afirmou o jovem em tigrínia, uma língua falada na Etiópia e na Eritreia.
Atrás do rapaz é possível ver-se várias pessoas a tremer de frio, enquanto as ondas batiam contra os pilares da plataforma petrolífera.
Mais de 210 mil pessoas tentaram atravessar o Mediterrâneo Central em 2023, de acordo com os dados divulgados pela ONU. Mais de 60 mil pessoas foram intercetadas e enviadas de volta para as costas africanas e quase duas mil perderam a vida no mar.
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