Putin aceita europeus em acordo de paz e investimento dos EUA

O presidente russo, Vladimir Putin, mostrou-se hoje favorável à participação dos europeus na resolução do conflito na Ucrânia e a investimento norte-americano para explorar minerais estratégicos nos territórios ucranianos ocupados pelo exército russo.

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Lusa
24/02/2025 20:53 ‧ 24/02/2025 por Lusa

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Rússia

"Estamos prontos para atrair parceiros estrangeiros para os nossos novos territórios históricos que foram devolvidos à Rússia. Há aqui certas reservas. Estamos prontos para trabalhar com os nossos parceiros, incluindo os americanos, nas novas regiões", disse Putin numa entrevista televisiva.

 

Empresas russas e norte-americanas estão "em contacto" para projetos económicos conjuntos, adiantou.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho; anunciou em setembro desse ano a anexação das províncias de Donetsk e Lugansk (leste) e de duas outras - Kherson e Zaporíjia - cujo território é em parte controlado por forças ucranianas.

A entrevista a Putin foi divulgada no dia em que se assinalam três anos sobre o início da invasão russa e enquanto decorrem contactos diretos entre Washington e Moscovo sobre um acordo de paz na Ucrânia, excluindo o bloco europeu e Kyiv.   

O Presidente russo afirmou que os europeus "podem participar" na resolução do conflito na Ucrânia.

"Os europeus, mas também outros países, têm o direito e a oportunidade de participar. E nós respeitamos isso", disse Putin na entrevista.

Também hoje, Trump disse acreditar que Putin aceitaria forças de paz europeias na Ucrânia como parte de um possível acordo para pôr fim à guerra, indicando ter feito essa pergunta diretamente a Putin.

O Presidente russo, que já tinha indicado que não aceitariam forças ocidentais na Ucrânia, afirmou que não discutiu a resolução do conflito em detalhe com Trump, tal como não o fizeram as equipas de negociação russas e norte-americanas quando se reuniram na semana passada na Arábia Saudita.

Trump recebeu hoje na Casa Branca o homólogo francês Emmanuel Macron, que na semana passada reagiu ao anúncio de contactos unilaterais diretos entre Washington e Moscovo sobre a Ucrânia convocando uma cimeira de líderes europeus.   

Hoje, Macron admitiu que Trump tinha "boas razões" para renovar o diálogo com Vladimir Putin, enquanto apelou ao "apoio americano" no caso de envio de soldados europeus para a Ucrânia.

"Há boas razões para o Presidente Trump retomar o diálogo com o Presidente Putin", disse Macron.

 Em relação ao Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que hoje recebeu líderes europeus em Kyiv, o líder russo sustentou que está a tornar-se uma "figura tóxica" na Ucrânia.

"O facto é que o líder, o atual líder do regime de Kyiv, está a tornar-se uma figura tóxica", disse Putin numa entrevista televisiva, acusando Zelensky de "dar ordens ridículas" ao seu exército e de ser "um fator na decomposição do exército, da sociedade e do Estado".

Na mesma entrevista, Putin considerou "uma boa ideia" a proposta de Donald Trump de que a Rússia, os Estados Unidos e a China reduzam os seus gastos militares para metade.

"Poderíamos fazer um acordo com os Estados Unidos: os Estados Unidos cortariam 50 por cento e nós cortaríamos 50 por cento. A China juntar-se-ia então a nós se quisesse. Pensamos que esta é uma boa proposta e estamos abertos a discussões sobre ela", disse Putin numa entrevista televisiva.

Horas antes do encontro, os Estados Unidos votaram ao lado da Rússia e de aliados deste país como a Bielorrússia, contra uma resolução não vinculativa da Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU) exigindo o fim das hostilidades na Ucrânia e reafirma a soberania, independência, unidade e integridade territorial ucraniana.

A resolução em causa, apresentada pela Ucrânia e pela União Europeia, foi ainda assim aprovada com 93 votos a favor, 18 contra e 65 abstenções.

O texto europeu, que contou com o voto a favor de Portugal, reitera a exigência para que a Rússia retire imediata, completa e incondicionalmente todas as suas forças militares da Ucrânia e pede uma resolução pacífica para a guerra na Ucrânia.

[Notícia atualizada às 21h36]

Leia Também: Trump diz estar a ter "discussões sérias" com Putin sobre o fim da guerra

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