"Os líderes europeus não apresentaram iniciativas de paz em relação à situação na Ucrânia. Não surgiram quaisquer visões a partir daí. Estão presos no apoio à guerra", afirmou Orban depois de um encontro com o Presidente nacionalista sérvio, Aleksandar Vucic, em Budapeste.
Os países da União Europeia (UE) terão agora de "observar como os assuntos do mundo são resolvidos sem eles", acrescentou o primeiro-ministro húngaro, referindo-se às conversações entre os Estados Unidos e a Rússia esta semana em Riade sobre o fim da guerra na Ucrânia, desencadeada pela invasão russa em fevereiro de 2022.
Orban tem criticado as políticas do bloco europeu em relação à Ucrânia e tem-se oposto às sanções impostas pela UE contra Moscovo pela invasão da Ucrânia.
Segundo o primeiro-ministro húngaro, a guerra na Ucrânia chegará ao fim devido às "negociações das grandes potências sobre questões mais alargadas, como a energia".
Orban também salientou que a Sérvia é a chave para a estabilidade nos Balcãs e criticou o bloco europeu pela estagnação do processo de integração do país na UE.
"Os Balcãs não podem ser estabilizados sem a Sérvia", sublinhou Viktor Orban, acrescentando que o país vizinho "é estável se tiver uma governação estável. É por isso que Vucic é a chave para a estabilidade dos Balcãs".
O líder sérvio, por seu lado, frisou que Orban é o seu "aliado e professor".
Sobre os protestos em massa contra a corrupção na Sérvia, que decorrem há três meses, Vucic defende que os mesmos foram organizados com o objetivo de destabilizar o país.
"Tentaram fazer esta revolução do arco-íris, utilizando crianças. Penso que vencemos este desafio externo, mas tiraram-nos três meses", afirmou o Presidente sérvio.
Orban também se reuniu hoje com o líder sérvio da Bósnia e presidente da Republika Srpska, o separatista Milorad Dodik, que, segundo 'media' bósnios, voltou a insistir na secessão da Republika Srpska, a entidade sérvia da Bósnia.
De acordo com o canal televisivo bósnio RTRS, Dodik defendeu uma divisão do país dos Balcãs numa entidade sérvia independente, numa entidade croata, sendo o restante território da Bósnia.
O líder sérvio da Bósnia descreveu a atual Bósnia-Herzegovina como "um projeto falhado e um país impossível", noticiou a agência Srna.
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