Governo congolês acusa exército ruandês de ter entrado na cidade de Bukavu

O Governo da República Democrática do Congo (RDC) acusou hoje o exército do vizinho Ruanda de ter entrado na cidade de Bukavu, no leste do país, tomada este fim de semana pelo grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23).

RDCongo, Fronteira Ruanda, Região de Goma

© VIVIEN LATOUR/AFP via Getty Images

Lusa
16/02/2025 17:05 ‧ 16/02/2025 por Lusa

Mundo

RDCongo

"O Governo está a acompanhar, hora a hora, a situação em Bukavu marcada pela entrada do exército ruandês e dos seus auxiliares esta manhã", adiantou o Governo, em comunicado, apesar de o Ruanda negar a presença das suas tropas em território congolês.

 

Apesar dos apelos da comunidade internacional a um cessar-fogo, o Ruanda "persiste no seu projeto de ocupação, pilhagem e prática de crimes e violações graves dos direitos humanos no nosso território", referiu.

O Governo garantiu estar a fazer "tudo o que está ao seu alcance para restabelecer a ordem, a segurança e a integridade territorial" e instou a população de Bukavu a permanecer em casa e a não se expor para evitar ser alvo das forças de ocupação.

"Bukavu, Goma e todos os outros cantos ocupados do Kivu Norte e do Kivu Sul são o símbolo da nossa resistência. Permaneçamos todos de pé, vigilantes, resistentes e unidos perante esta provação, atrás das nossas forças armadas e do Presidente da República", acrescentou.

O comunicado foi emitido depois de a União Africana (UA) ter alertado hoje para a "balcanização" do leste da RDC, onde o conflito se intensificou nas últimas semanas devido à ofensiva do M23 que conquistou vários territórios.

O M23, que é apoiado pelo Ruanda - segundo a ONU e países como os EUA, a Alemanha e a França -, tomou este fim de semana Bukavu, a capital estratégica da província de Kivu do Sul.

Desde que o M23 tomou Bukavu que cerca de 2.500 prisioneiros fugiram da prisão da cidade, disseram hoje à agência de notícias EFE autoridades locais e líderes da sociedade civil.

"É realmente triste ver que todas as grandes lojas aqui em Kadutu foram saqueadas pelos rebeldes, mas também pela população da comuna, enquanto a situação é realmente grave", disse à EFE Jean Pierre Mizinzi, presidente do bairro da capital.

"O grande mercado e até a sede administrativa da comuna de Kadutu foram completamente saqueados pela população que, infelizmente, incendiou algumas lojas depois de as ter furtado", adiantou o autarca.

A cidade está agora calma, mas ouvem-se "tiros esporádicos", acrescentou.

O M23 controla, agora, as duas capitais das províncias vizinhas do Kivu Norte e do Kivu Sul, que fazem fronteira com o Ruanda e são ricas em minerais como o ouro e o coltan, essenciais para a indústria tecnológica e para o fabrico de telemóveis.

O conflito entre a RDCongo e os rebeldes do M23 intensificou-se nos últimos meses e o movimento armado ocupou em finais de janeiro a capital da província congolesa do Kivu Norte, Goma.

Leia Também: Governo da RDCongo diz que controla capital de Kivu do Sul após incursão

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