Trump? Europeus estão desconfiados. Em Portugal, só 18% veem como aliado

O regresso de Donald Trump à Casa Branca redefiniu a perceção dos europeus sobre a relação transatlântica, olhando para os EUA como um "parceiro necessário", em vez de aliado preferencial, de acordo com um estudo hoje divulgado.

US President Trump meets with Elon Musk in Oval Office

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Lusa
12/02/2025 08:02 ‧ 12/02/2025 por Lusa

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EUA

O estudo, realizado pelo European Council on Foreign Relations (ECFR), conclui que a maioria dos cidadãos da União Europeia (UE) considera agora os Estados Unidos como um "parceiro necessário" e não mais um aliado preferencial como acontecia anteriormente.

 

O estudo do ECFR mostra que a Europa está a atravessar um momento de incerteza face ao regresso de Trump à presidência dos EUA.

A tradicional relação atlanticista está a enfraquecer, substituída por uma abordagem mais pragmática, mas, sobretudo, cautelosa.

O estudo - que abrangeu 14 países, incluindo Portugal - revela que 50% dos europeus partilham uma visão pragmática, embora desconfiada, sobre os EUA, enquanto apenas 21% ainda consideram Washington um aliado.

Portugal reflete esse sentimento, mantendo uma postura crítica, mas não hostil, face ao novo Governo norte-americano e não desalinha das conclusões gerais do estudo, com a maioria dos inquiridos nacionais a revelar um olhar crítico, embora também pragmático.

Em Portugal, 55% dos inquiridos consideram os EUA um "parceiro necessário", enquanto apenas 18% os consideram um "aliado", o que sugere um realinhamento das posições relativamente a um passado recente.

O sentimento de distanciamento em relação aos EUA pode estar relacionado com a abordagem unilateralista e protecionista de Trump, que tem sido marcada por uma desvalorização da diplomacia multilateral e pelo reforço da política 'America First'.

Os autores do estudo - Jana Puglierin, Arturo Varvelli e Pawel Zerka - sugerem que os líderes europeus devem adotar uma posição mais pragmática e estar preparados para negociar com Washington em termos mais transacionais.

Isto significa um afastamento de uma relação baseada em valores partilhados e uma aproximação focada em interesses específicos.

A divisão entre os estados-membros da UE sobre como lidar com os EUA também se reflete na forma como os países encaram a relação com a China.

Enquanto na Alemanha e na Dinamarca a China é vista como um rival ou adversário, em Portugal, 45% dos inquiridos consideram Pequim um parceiro necessário -- uma divergência que pode dificultar a formação de uma estratégia comum europeia.

Outro ponto relevante do estudo é a posição dos europeus sobre o conflito na Ucrânia.

A maioria dos inquiridos acredita que a guerra terminará com uma solução negociada, em vez de uma vitória total de um dos lados.

Em Portugal, 37% dos cidadãos defendem que a Europa deve continuar a apoiar Kyiv até recuperar os territórios ocupados pela Rússia, enquanto outros acreditam que a prioridade deve ser pressionar pela paz.

Portugal está entre os países que ainda defendem fortemente a continuidade do apoio europeu a Kyiv, alinhando-se com países como a Alemanha e a Polónia.

A incerteza sobre o futuro da Ucrânia também revela divisões dentro da UE: enquanto França e Itália mostram dificuldades em reconhecer a Ucrânia como parte da Europa, países como Polónia e Estónia continuam firmes no apoio a Kyiv.

Bulgária e Hungria são os únicos dois países do estudo onde a maioria considera que a Ucrânia tem tanta responsabilidade quanto a Rússia pelo prolongamento da guerra.

O estudo também destaca que o apoio a Donald Trump é mais expressivo entre eleitores da extrema-direita europeia.

Em países como a Hungria e a Bulgária, a maioria dos entrevistados considera a reeleição de Trump positiva para os EUA e para o mundo e, em contraste, na Dinamarca, Reino Unido e Alemanha, mais de metade dos inquiridos consideram a sua presidência como negativa.

Em Portugal, a opinião sobre Trump é mais equilibrada, refletindo um cenário político menos polarizado em relação ao impacto da administração norte-americana.

Leia Também: Hoje é notícia: Adultério ocupa detetives; Só 18% acha Trump aliado

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