Macron insta Europa a acordar e reduzir dependência na defesa para os EUA

O presidente francês Emmanuel Macron instou hoje a Europa a acordar e a gastar mais em defesa, para reduzir a dependência dos Estados Unidos, num discurso aos militares franceses no dia da tomada de posse de Donald Trump.

French President Macron delivers New Year speech to Armed Forces in western France

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Lusa
20/01/2025 21:40 ‧ 20/01/2025 por Lusa

Mundo

EUA

Macron referiu-se às mudanças esperadas na política externa de Washington, com o regresso de Donald Trump à Casa Branca, especialmente no que diz respeito à guerra na Ucrânia, defendendo que é uma "oportunidade para uma chamada de alerta para a estratégia europeia".

 

"O que faremos na Europa amanhã se o nosso aliado americano retirar os seus navios de guerra do Mediterrâneo? Se enviarem os seus caças do Atlântico para o Pacífico?", questionou o chefe de Estado francês, durante o seu discurso de Ano Novo aos militares no Comando de Apoio Digital e Cibernético do Exército, sediado no oeste de França.

Trump criticou o custo da guerra na Ucrânia para os contribuintes norte-americanos através de grandes pacotes de ajuda militar e deixou claro que quer transferir mais carga fiscal para a Europa.

O magnata republicano prometeu pôr fim rápido ao conflito, manifestando a esperança de que a paz possa ser negociada dentro de seis meses.

Para Macron, França e Europa precisam de se adaptar às ameaças em evolução e aos interesses em mudança.

"Quem imaginaria há um ano que a Gronelândia estaria no centro dos debates políticos e estratégicos? É assim que é", apontou.

O governante francês frisou ainda que fornecer apoio duradouro à Ucrânia é fundamental para que Kyiv esteja numa posição forte ao envolver-se em futuras conversações de paz.

A Ucrânia deve receber "garantias" contra qualquer regresso da guerra ao seu território quando as hostilidades cessarem e a Europa deve "desempenhar o seu papel na íntegra" no processo, vincou.

O presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky adiantou na semana passada que discutiu com Macron sobre a possibilidade de tropas ocidentais serem enviadas para a Ucrânia para salvaguardar qualquer acordo de paz que ponha fim à guerra de quase três anos com a Rússia.

"Como uma dessas garantias, discutimos a iniciativa francesa de enviar contingentes militares para a Ucrânia", explicou Zelensky.

O envio de tropas europeias como forças de manutenção da paz para a Ucrânia é um processo repleto de riscos, que pode não impedir a Rússia de voltar a atacar a Ucrânia no futuro, arrastando os países europeus para um confronto direto com Moscovo, levando a NATO, incluindo os Estados Unidos, a um conflito.

Donald Trump foi hoje empossado como o 47.º presidente dos Estados Unidos, numa cerimónia no Capitólio em Washington que marca o seu regresso para um segundo mandato na liderança da Casa Branca.

A cerimónia em Washington foi marcada pela presença de políticos internacionais populistas e de extrema-direita, mas com poucos responsáveis governamentais e sem líderes da União Europeia, à exceção da primeira-ministra italiana, Georgia Meloni.

O político republicano foi presidente entre 2017 e 2021, ano em que perdeu a reeleição para o democrata Joe Biden, a quem sucede agora no cargo.

Leia Também: Guterres quer EUA se mantenham como líderes "em questões ambientais"

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