"Uma bebida". Médicos condenados por morte após parto na Malásia

Dois médicos foram condenados, na quinta-feira, por negligência médica após a morte de uma paciente que tinha tido o seu segundo filho, em 2019. O médico Akambaram Ravi, disse, em tribunal, que tinha apenas "saído para uma bebida" enquanto a vítima sofria de hemorragia.

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Notícias ao Minuto
11/01/2025 09:59 ‧ há 3 semanas por Notícias ao Minuto

Mundo

Malásia

Dois médicos, na Malásia, foram condenados a pagar cerca de um milhão de euros à família de uma mulher que sangrou até à morte enquanto estava aos seus cuidados. 

 

Punitha Mohan, de 36 anos, morreu, a 9 de janeiro de 2019, de hemorragia no pós-parto na cidade de Klang, Estado de Selangor, pouco depois de ter o seu segundo filho.

Na quinta-feira, seis anos depois do fatídico desfecho, chegou a decisão do tribunal que decidiu que os médicos - Muniandi Shanmugam e Akambaram Ravi - assim como os três enfermeiros de serviço nesse dia eram culpados de negligência médica que conduziu à morte da vítima.

O juiz a cargo do caso referiu, citado pelo The Independent, que os dois médicos especialistas em obstetrícia falharam ao não garantir que a paciente estava fora de perigo e sem qualquer complicação antes de a deixarem ao cuidado dos enfermeiros, apesar dos vastos anos de experiência em partos.

Reiterou, ainda, que a tragédia poderia ter sido evitada se os médicos tivessem cumprido a sua função com responsabilidade.

De acordo com o tribunal, a hemorragia e perda de sangue excessiva após o parto pode acontecer a qualquer mulher, mas a vida da mesma pode ser salva se o tratamento for dado atempadamente.

No dia dos eventos, Punitha Mohan tinha dado à luz cerca das 10h30, hora local (02h30 em Lisboa), e estava ao cuidado do médico Akambaram Ravi. Os enfermeiros foram mostrar o recém-nascido à família da vítima enquanto ela permaneceu na sala de partos, segundo documentos do tribunal, avançados pelo mesmo meio de comunicação.

No entanto, pouco depois, Mohan começou a gritar, o que levou a sua mãe a entrar na sala onde estava, onde encontrou a filha a sangrar, de acordo com as declarações da progenitora em tribunal.

O médico Akambaram Ravi disse à família da paciente que tinha tido de colocar a mão dentro dela para extrair a placenta, o que pode ter causado o inchado excessivo e o sangramento intensivo.

Apesar de tudo, o médico deixou a clínica e assegurou a família de que não havia razões para preocupação, tendo dito em tribunal que tinha apenas "saído para uma bebida" e planeava regressar quase de imediato.

Também o médico Muniandi Shanmugam, dono da clínica, foi visto pela família da vítima a abandonar a sala de partos e a deixar Mohan aos cuidados dos três enfermeiros.

Cerca de duas horas após o parto, os enfermeiros debateram-se para encontrar ajuda e foram obrigados a contactar um hospital nas proximidades, para onde seguiu a paciente.

A vítima morreu cerca das 17h25 hora local (09h25 em Lisboa) depois de ser submetida a uma cirurgia.

Segundo a mãe de Mohan, citada pelo The Independent, a filha estava com dificuldades respiratórias e estava a arrefecer enquanto os enfermeiros tentavam estancar o sangue com algodão.

Os dois médicos foram condenados pelo tribunal a pagar cerca de um milhão de euros por danos à família da vítima, assim como cerca de 200 mil euros cada pelos dois filhos de Mohan.

Leia Também: Malásia devolve à fronteira dois barcos com 300 birmaneses a bordo

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