Um homem morreu, na sexta-feira, enquanto esperava por ser atendimento no posto de atendimento na Cidade de Deus, na Zona Oeste da cidade brasileira do Rio de Janeiro.
O caso está a chocar a região, dado que o momento em que o corpo do homem foi descoberto foi gravado e está a ser partilhado nas redes sociais. O Notícias ao Minuto optou por não reproduzir o vídeo devido à violência da situação.
Tudo aconteceu na sexta-feira, quando o homem, de 32 anos, se dirigiu ao local, não sendo já a primeira vez que a situação o fazia deslocar para pedir ajuda.
"Chegou lá gritando de dor, pedindo atendimento e ninguém atendeu. Foi ficando lá sentado. Até que ele morreu com o pescoço tombado. Quem descobriu foi o pessoal que estava esperando atendimento também. Difícil, difícil demais. Pelas imagens, está claro. Se houver uma investigação e for constatado, eles têm que ser punidos", afirmou o pai da vítima, José Adão da Silva, ao g1.
O homem vivia há 12 anos no Rio de Janeiro, mas a família era de São Paulo, onde no domingo decorreu o funeral.
Não só o pai apelou a que o caso fosse investigado, como também a irmã da vítima, que culpa a falta de atendimento médico pela situação. "Ele não merecia morrer daquele jeito, sentado. Ninguém merece morrer que nem bicho, daquela forma. É desumano uma pessoa ficar sentada ali sem atendimento, sem acolhimento", explicou Meiriane Mota Silva.
Nas imagens que circulam é possível ver alguém aproximar-se da vítima, identificada como José Augusto, colocando-a depois numa maca. Algumas pessoas ao redor filmam e há quem questione pelos documentos do mesmo.
Segundo o que contou a irmã, José Augsuto já se tinha queixado das mesmas dores. Já de acordo com testemunhas no local, citadas pela imprensa brasileira, o homem chegou à unidade a queixa-se de dores fortes e passou pela triagem. "Essas dores que ele tinha já vem de meses. Ele estava procurando médico, diz que vai lá e ninguém atende ele. Quando atende, dá dipirona e manda embora", detalhou Meiriane Mota Silva.
Segundo o g1, os funcionários não se aperceberam da gravidade do caso. Já o secretário de Saúde do município, Daniel Soranz, disse que todos os trabalhadores que estavam presentes no momento da ocorrência serão demitidos e "denunciados" nas suas respetivas ordens profissionais. "É inadmissível [que] não perceberem a gravidade do caso", lê-se numa nota partilhada na rede social X (antigo Twitter).
Todos os profissionais que estavam no plantão da UPA da Cidade de Deus, na noite de ontem, serão demitidos, responderão sindicância e serão denunciados nos seus respectivos conselhos de classe. É inadmissível não perceberem a gravidade do caso. @Saude_Rio
— Daniel Soranz (@danielsoranz) December 14, 2024
Segundo explicou a mesma fonte, dados do sistema mostram "que a classificação de risco foi feita às 20h30" e, poucos minutos depois, foi acionada uma equipa médica.
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