"O ataque aéreo ocorreu no dia do mercado semanal da cidade [segunda-feira], quando os residentes de várias aldeias vizinhas se reuniram para fazer as suas compras, matando mais de 100 pessoas e ferindo centenas de outras, incluindo mulheres e crianças", afirmou hoje a Emergency Lawyers, uma organização que documenta as atrocidades cometidas nos 20 meses desde o início da guerra no Sudão entre as forças armadas e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF).
De acordo com a agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP), o ataque aconteceu em Kabkabiya, cerca de 180 quilómetros a oeste de El-Facher, a capital do estado de Darfur do Norte, que se encontra cercada pelas RSF desde maio.
Além disso, um drone não identificado que se despenhou no Cordofão do Norte a 26 de novembro, no centro do Sudão, explodiu na segunda-feira à noite, matando seis pessoas, incluindo crianças, e ferindo outras três, segundo a mesma fonte.
Em Nyala, capital do Darfur do Sul e segunda cidade mais populosa do Sudão, foram efetuados "ataques aéreos indiscriminados" com barris de explosivos em três bairros, acrescentou.
Os ataques fazem parte de "uma campanha contínua de escalada, contradizendo as alegações de que os ataques aéreos se destinam apenas a alvos militares, com os raides deliberadamente centrados em áreas residenciais densamente povoadas", afirmaram os advogados no comunicado citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
O exército, liderado pelo general Abdel Fattah al-Burhane, tem sido acusado de visar deliberadamente civis e de bombardear indiscriminadamente zonas residenciais desde o início do conflito com as RSF, em abril de 2023.
Segundo a ONU, a guerra causou dezenas de milhares de mortos, deslocou mais de 11 milhões de pessoas e provocou uma das piores crises humanitárias da história recente.
Leia Também: Sudão: Pelo menos 20 civis mortos em ataques contra o exército em Darfur