Assad "está provavelmente fora da Síria", indicou Fidan no Fórum de Doha, uma conferência internacional a decorrer no Qatar, respondendo a uma questão sobre o paradeiro do líder sírio e se a sua vida estaria em perigo.
"Não tenho a certeza. Não posso comentar sobre isso. Penso que ele está fora da Síria", respondeu Fidan.
O turco salientou ainda que nos últimos dias não houve qualquer comunicação entre Damasco e Ancara, uma vez que, apesar dos esforços turcos para alertar o regime para a sua fraqueza, "não houve resposta".
O chefe da diplomacia turca referiu que o seu país esteve em contacto com rebeldes na Síria para garantir que o grupo Estado Islâmico e o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) não aproveitam a queda do regime de Damasco para alargar a sua influência.
"Devemos estar vigilantes durante este período de transição. Estamos a comunicar com os grupos para garantir que as organizações terroristas, particularmente o 'Daesh' (sigla em árabe para o Estado Islâmico) e o PKK não se aproveitem da situação", informou.
Hakan Fidan congratulou-se por o Governo sírio ter entrado em colapso com a entrada de rebeldes islâmicos em Damasco, expulsando o presidente Bashar al-Assad e encerrando cinco décadas de governo do Partido Baath.
"É claro que isto não aconteceu da noite para o dia. O país está em crise há 13 anos", acrescentou.
A Turquia abriga uma grande comunidade de refugiados sírios, estimando-se que, só em Istambul, residam mais de meio milhão.
Hoje de manhã, mal se conheceram as notícias da queda do regime de al-Assad, centenas de sírios reuniram-se na grande mesquita no distrito de Fatih, em Istambul, um dos epicentros da comunidade síria, felizes por se "livrarem de Assad".
[Notícia atualizada às 11h53]
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