Romenos elegem no domingo o próximo Presidente do país

Os romenos vão às urnas no domingo para a segunda volta das eleições presidenciais e devem escolher entre o candidato ultranacionalista e pró-russo Calin Georgescu e a conservadora e pró-europeia Elena Lasconi.

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© DANIEL MIHAILESCU/AFP via Getty Images

Lusa
06/12/2024 09:58 ‧ 06/12/2024 por Lusa

Mundo

Roménia

O Tribunal Constitucional da Roménia validou na segunda-feira, após nova contagem, os resultados da primeira volta das eleições presidenciais, realizadas em 24 de novembro e marcadas pela surpreendente vitória de Georgescu. Num país em clima de turbulência política, a decisão do Tribunal Constitucional clarificou a situação e permite uma segunda volta das eleições presidenciais no próximo domingo, nas condições inicialmente previstas.

 

As autoridades romenas questionaram a influência russa no escrutínio, mas também o papel da rede social TikTok, devido à forte presença na plataforma do candidato ultranacionalista. A rede social negou categoricamente tê-lo favorecido.

A recontagem "não revelou fraude suscetível de alterar o resultado das eleições", segundo o Tribunal Constitucional.

Na primeira volta, contra as expetativas gerais, Georgescu venceu com 23% dos votos, seguido de Lasconi, que se impôs - por uma margem estreita e apenas cerca de dois mil votos - ao primeiro-ministro romeno, o social-democrata Marcel Ciolacu, que após o desastre eleitoral apresentou a sua demissão do cargo de presidente do seu partido.

O ultranacionalista Georgescu, de 62 anos e que diz ter sido "enviado por Deus", venceu a primeira volta das eleições presidenciais romenas com uma campanha que misturou o digital e o tradicional, nomeadamente com mensagens virais no TikTok e também com as recomendações no púlpito religioso, nomeadamente nos serviços religiosos da igreja ortodoxa e igrejas evangélicas.

Georgescu, que não contou com o apoio de nenhum partido, venceu a primeira volta também na diáspora, sobretudo dos romenos residentes em países como o Reino Unido, França, Itália, Alemanha e Espanha.

Lasconi, que ambiciona ser a primeira mulher a ocupar a chefia de Estado, anunciou que iria procurar alianças para vencer as eleições presidenciais e ter um governo de direita.

A política conservadora conta com o apoio do seu partido, o centrista USR, mas também do Partido Nacional Liberal (PNL) e do partido minoritário húngaro UDMR. Entretanto, o governista Partido Social-Democrata (PSD, de Ciolacu) não demonstrou o seu apoio expresso e limitou-se a dizer que os eleitores saberão decidir.

"As pesquisas de intenção de voto preveem que os resultados serão muito próximos e que haverá uma situação tensa", disse à agência de notícias EFE o analista e professor universitário Tibor Toró.

O especialista assegurou que o facto de Lasconi ser mulher é uma desvantagem num eleitorado muito conservador e sexista, e influenciado pelo efeito de Donald Trump, que venceu as eleições presidenciais dos EUA contra a democrata Kamala Harris.

Toró afirmou, numa clara referência à possível interferência russa nas eleições, que "a guerra híbrida travada pela Rússia nas redes sociais já foi vencida".

Os analistas indicaram também que, entre as duas voltas das eleições presidenciais, os romenos foram às urnas para as eleições legislativas, que resultaram num parlamento fragmentado e com um avanço da extrema-direita.

O social-democrata PSD, herdeiro do Partido Comunista, ficou em primeiro lugar neste escrutínio, mas obtiveram apenas 22% dos votos e logo atrás, ficou o partido de extrema-direita AUR com 18%. Este foi o primeiro de três partidos do bloco nacionalista, que no total somou 32% dos votos, que melhorou o seu desempenho nas urnas. O AUR obteve mais do triplo do resultado que registou em 2020.

Leia Também: Milhares protestaram no centro de Bucareste por uma Roménia pró-europeia

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