Após queda do governo, Macron fala em "desordem" e recusa demitir-se

O primeiro-ministro francês, Michel Barnier, demitiu-se na sequência da derrota do seu governo numa moção de censura apresentada pelo bloco de partidos de esquerda Nova Frente Popular e apoiada pela extrema-direita de Marine Le Pen.

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Márcia Guímaro Rodrigues
05/12/2024 19:09 ‧ 05/12/2024 por Márcia Guímaro Rodrigues

Mundo

França

O presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu, esta quinta-feira, que o governo do primeiro-ministro demissionário do país, Michel Barnier, alvo de uma moção de censura, "esteve à altura quando tantos outros não o fizeram".

 

"Ontem, a Assembleia Nacional votou por maioria absoluta pela censura ao governo de Michel Barnier. Tomei nota da sua demissão. Quero agradecer a Michel Barnier pela sua dedicação e pela sua combatividade. Ele e os seus ministros estiveram à altura da situação quando tantos outros não o fizeram", disse o presidente numa comunicação ao país.

Barnier, recorde-se, demitiu-se na sequência da derrota do seu governo numa moção de censura apresentada pelo bloco de partidos de esquerda Nova Frente Popular (NFP) e apoiada pela extrema-direita de Marine Le Pen, União Nacional (RN, sigla em francês).

Para o presidente francês, "a extrema-direita e a extrema-esquerda uniram-se, numa frente antirrepublicana". "Os deputados da União Nacional e da Frente Popular escolheram a desordem", acusou.

Macron defendeu ainda a sua escolha para nomear Michel Barnier como primeiro-ministro, frisando que, "durante o verão", fez "uma ampla consulta" para "tentar convencer as forças políticas a trabalhar em conjunto.

Para Macron, Barnier "era de facto suscetível de reunir a maioria mais ampla possível na Assembleia e no Senado, da direita republicana ao centro, incluindo os radicais e as forças independentes e territoriais".

Durante o seu discurso televisivo, o presidente francês recusou demitir-se, apesar dos apelos para tal, e defendeu que foi eleito para um mandato de cinco anos, que exercerá "integralmente até ao seu fim". 

"O mandato que me confiaram democraticamente é um mandato de cinco anos e irei exercê-lo integralmente até ao seu fim. A minha responsabilidade passa por garantir a continuidade do Estado, o bom funcionamento das nossas instituições, a independência do nosso país e a proteção de todos vocês", disse.

Emmanuel Macron garantiu que irá nomear um novo primeiro-ministro "nos próximos dias" e irá "incumbi-lo de formar um governo de interesse geral, representando todas as forças políticas".

Macron:

Macron: "Vou nomear um primeiro-ministro nos próximos dias"

O Presidente francês anunciou hoje que irá nomear "nos próximos dias" um primeiro-ministro que lidere um "governo de unidade nacional" e reiterou que irá cumprir o seu mandato integralmente, defendendo "um caminho claro" para os próximos 30 meses.

Lusa | 19:29 - 05/12/2024

Esta foi a primeira vez que o governo francês foi censurado por uma moção desde 1962, num momento em que este que é um dos países-chave da União Europeia (UE) atravessa uma incerteza política e económica.

A moção de censura ao Governo minoritário de centro-direita foi aprovada por 331 votos na Assembleia Nacional, obrigando Barnier a demitir-se após apenas três meses no cargo, para o qual foi nomeado por Macron em 5 de setembro - o mandato mais curto de um primeiro-ministro francês desde a Segunda Guerra Mundial.

[Notícia atualizada às 19h30]

Leia Também: Rangel reúne-se com homólogo francês para preparar visita de Macron

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