A família do palestiniano, identificado como Allah Marwan Hamza Mahlawi, de 42 anos e natural de Gaza, indicou que o prisioneiro não tinha qualquer doença crónica ou patologia digna de nota antes do seu encarceramento, que ocorreu a 31 de dezembro de 2023.
Num comunicado, a PPS afirmou que Mahlawi estava sob custódia na prisão do Neguev, onde outros prisioneiros relataram uma grave deterioração do seu estado de saúde, mas, em dezembro passado, foi transferido para o Hospital Asaf Harofé, em Israel, onde morreu hoje de manhã, segundo as informações divulgadas, que indicam que o número de prisioneiros palestinianos que morrem sob custódia israelita aumentou significativamente desde o início da guerra contra o movimento islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza, há mais de um ano.
Estima-se que quase 50 palestinianos tenham morrido sob custódia, 30 dos quais procedentes da Faixa de Gaza, desde que Israel lançou, a 07 de outubro de 2023, as suas operações contra o enclave palestiniano, na sequência do ataque Hamas horas antes em território israelita, que fez cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e 215 reféns.
Este número ascende a 286 desde 1967, embora muitos outros permaneçam por identificar, uma vez que o Exército israelita evita frequentemente divulgar os nomes dos palestinianos detidos.
Cerca de 10.300 palestinianos estão atualmente encarcerados nas prisões israelitas, entre os quais 280 menores e 91 mulheres. Pelo menos 3.428 deles estão sob custódia judicial.
A guerra na Faixa de Gaza, que hoje entrou no 426.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora 44.580 mortos (cerca de 2% da população), entre os quais mais de 17.000 menores, e 105.739 feridos, além de cerca de 11.000 desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros, de acordo com números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.
Cerca de 90% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza viram-se obrigados a deslocar-se, muitos deles várias vezes, ao longo de mais de um ano de guerra, encontrando-se em acampamentos apinhados ao longo da costa, praticamente sem acesso a bens de primeira necessidade, como água potável e cuidados de saúde.
O sobrepovoado e pobre enclave palestiniano está mergulhado numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer "o mais elevado número de vítimas alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.
Uma comissão especial da ONU acusou há duas semanas Israel de genocídio na Faixa de Gaza e de estar a utilizar a fome como arma de guerra - acusação logo refutada pelo Governo israelita.
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