Polícia da Geórgia faz rusgas a partidos e organizações da oposição

A polícia georgiana fez hoje buscas nos escritórios de vários partidos e organizações da oposição que têm participado ativamente nos protestos antigovernamentais dos últimos dias, afirmou o Movimento Nacional Unido (MNU) em comunicado à EFE.

Notícia

© GIORGI ARJEVANIDZE/AFP via Getty Images

Lusa
04/12/2024 15:37 ‧ 04/12/2024 por Lusa

Mundo

Georgia

"No meio de protestos em massa e de violentas perseguições policiais a manifestantes pacíficos, as autoridades do regime de facto pró-russo da Geórgia lançaram uma campanha de terror e de repressão total contra os opositores", refere o comunicado divulgado pelo grupo, fundado pelo ex-presidente Mikheil Saakashvili, que se encontra preso.

 

De acordo com o MUN, a polícia invadiu hoje "escritórios da oposição e casas de ativistas" e confiscou equipamento informático, como dispositivos móveis e computadores portáteis, "sem apresentar mandados de busca".

A polícia chegou hoje às instalações do MUN Juventude, bem como às sedes das organizações Droa, Girchi e Coligação para a Mudança (Akhali).

"O líder da Coligação, Nika Gvaramia, foi agredido fisicamente e detido", acrescenta-se a nota, que adianta que o dirigente oposicionista foiu depois levado por polícias encapuzados durante a rusga aos escritórios de outro partido da oposição, Droa, segundo imagens transmitidas em direto pelo canal de televisão independente Pirveli.

Segundo o partido da oposição, "as rusgas violentas têm como objetivo intimidar as pessoas e reprimir os protestos".

Até ao momento, o Ministério do Interior da Geórgia não confirmou as rusgas.

A notícia de hoje levou à suspensão dos primeiros debates na televisão pública entre representantes do governo e da oposição sobre a crise institucional que o país atravessa desde as eleições legislativas de 26 de outubro, cujos resultados são rejeitados pela oposição e pelo Ocidente.

O primeiro-ministro georgiano, Irakli Kobajidze, garantiu que a situação está sob controlo.

"Os líderes da oposição e as organizações não-governamentais ricas estão escondidos nos seus gabinetes, mas não poderão fugir à sua responsabilidade" pelo que está a acontecer no país, advertiu Kobajidze.

O número de pessoas detidas em protestos na Geórgia desde a decisão do governo de congelar as negociações de adesão à União Europeia (UE) até 2028 aumentou hoje para mais de 300.

Os confrontos entre as forças da ordem e os manifestantes provocaram também centenas de feridos, incluindo cerca de 150 polícias.

Além disso, dezenas de jornalistas ficaram feridos enquanto cobriam os protestos, uma situação denunciada nos últimos dias pela Federação Internacional de Jornalistas e outras organizações.

Terça-feira, a Presidente da Geórgia, Salome Zurabishvili, condenou a decisão do Tribunal Constitucional (TC) que valida os resultados das eleições legislativas realizadas em outubro passado, e avisou que é "a única autoridade legítima" do país.

No sexto dia consecutivo de manifestações na Geórgia, Zurabishvili afirmou que, através desta decisão sobre as eleições que estão manchadas pela suspeita de fraude, o tribunal assinou "a sua própria sentença de morte" e estendeu a consideração "a todo o país e a todas as instituições do Estado".

Apesar de o Parlamento ter já convocado para 14 deste mês as eleições presidenciais, dois dias antes do fim do seu mandato, a chefe de Estado georgiana alertou que, se a situação não melhorar, não deixará o cargo até que sejam convocadas novas legislativas.

"Não há já forma de permanecer no quadro da ordem constitucional", frisou, a propósito da crise que o país atravessa desde as eleições em que o partido no poder, Sonho Georgiano, venceu com 53% dos votos.

Salome Zurabishvili indicou que, caso o tribunal aprove o seu recurso, poderá devolver o país "à situação em que se encontrava antes das eleições de 26 de outubro".

"Hoje o país vive uma situação em que não existe um único poder constitucional real", afirmou em relação ao primeiro-ministro, Irakli Ivanishvili.

Leia Também: Geórgia? "A nossa posição é de crítica, censura e condenação"

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas