Kim condenou a recente autorização dos Estados Unidos e da Europa à Ucrânia para utilizar mísseis ATACMS de longo alcance e mísseis de cruzeiro Storm Shadow e justificou a resposta da Rússia que, na quinta-feira, lançou um ataque devastador contra as infraestruturas energéticas ucranianas, noticiou a agência de notícias norte-coreana.
"Mostrando séria preocupação com a escalada da situação na Ucrânia, cada dia mais crítica", Kim disse que "as recentes medidas contra a Rússia tomadas pelos EUA devem ser devidamente condenadas pela comunidade internacional, uma vez que são atos irresponsáveis que visam prolongar o conflito e ameaçam toda a humanidade', refere o artigo da KCNA.
A autorização dos "EUA e do Ocidente" para que Kyiv utilize armas de longo alcance "equivale a uma intervenção militar direta no conflito", ainda de acordo com o dirigente, que afirmou que Moscovo exerceu legitimamente o "direito à autodefesa".
"O recente contra-ataque russo contra a Ucrânia por parte do Governo e dos militares russos é uma medida drástica e oportuna para fazer com que EUA, Ocidente e Ucrânia, que estão envolvidos em aventuras militares, compreendam a situação", afirmou.
No encontro com Belousov, Kim sublinhou que "o exército e o povo [norte-coreano] vão apoiar inabalavelmente a política da Federação Russa de defender a sua soberania e integridade territorial contra as tentativas hegemónicas dos imperialistas".
Kim afirmou ainda que a visita a Pyongyang do Ministro da Defesa russo, a segunda em cinco meses, "vai contribuir em grande medida para reforçar as capacidades de defesa dos dois países e garantir a sua segurança, e servirá como uma ocasião útil para promover a cooperação amigável e mútua e o desenvolvimento das relações entre os dois exércitos".
Considerou ainda que "a forte relação" entre Pyongyang e Moscovo "serve como um trunfo de segurança para promover o bem-estar de ambos os povos, o que diminui a tensão regional e assegura a estabilidade estratégica internacional".
"Manifestou vontade de ampliar e desenvolver as relações bilaterais em todos os domínios, incluindo política, economia e assuntos militares, em conformidade com o acordo assinado na Cimeira Coreia-Rússia em Pyongyang, em junho passado", informou ainda a KCNA.
Nos termos do acordo estratégico assinado por Kim e pelo Presidente russo, Vladimir Putin, os dois países comprometem-se a apoiar-se mutuamente em caso de ataque.
Pyongyang, que tem apoiado a invasão russa, transferindo armas para Moscovo há mais de um ano, decidiu em outubro enviar 11 mil soldados para as regiões russas na fronteira com a Ucrânia, onde Kyiv lançou uma incursão no verão.
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