Guterres diz que nada justifica "o castigo coletivo" do povo palestiniano

O secretário-geral da ONU sublinhou hoje que "nada justifica o castigo coletivo do povo palestiniano", numa mensagem por ocasião do Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestiniano, condenando ainda os ataques de outubro de 2023 contra Israel.

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© Getty Images/Resul Rehimov/Anadolu

Lusa
29/11/2024 14:30 ‧ há 3 dias por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"Nada justifica os ataques terroristas e a tomada de reféns de 07 de outubro [de 2023] pelo Hamas e nada justifica o castigo coletivo do povo palestiniano", disse António Guterres, antes de destacar que a comemoração deste dia, este ano, é "especialmente dolorosa" porque os valores de "dignidade, direitos, justiça e autodeterminação" para o povo palestiniano "estão mais longe do que nunca" de serem concretizados.

 

O secretário-geral das Nações Unidas lembrou que, "mais de um ano depois, Gaza está em ruínas, mais de 43 mil palestinianos, principalmente mulheres e crianças, morreram e a crise humanitária agrava-se de dia para dia".

"Entretanto, na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, as operações militares israelitas, a expansão dos colonatos, as expulsões, as demolições, a violência dos colonos e as ameaças de anexação estão a causar ainda mais dor e injustiça", acrescentou Guterres.

Por esta razão, o líder da ONU reiterou o seu apelo para "um cessar-fogo imediato" e para a "libertação incondicional de todos os reféns", bem como para o fim da "ocupação ilegal do território palestiniano, tal como confirmado pelo Tribunal Penal Internacional e pela Assembleia-Geral das Nações Unidas".

Guterres apelou ainda a "progressos irreversíveis no sentido de uma solução de dois Estados, em conformidade com o direito internacional e com as resoluções relevantes da ONU, com Israel e a Palestina a viverem em paz e segurança e com Jerusalém como capital de ambos os Estados".

Guterres pediu também o "apoio total" aos esforços para prestar ajuda humanitária aos palestinianos, "particularmente através da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA, na sigla em inglês)", que descreveu como "uma tábua de salvação insubstituível" para milhões de palestinianos.

"As Nações Unidas continuarão a manter a sua solidariedade com o povo palestiniano e com os seus direitos inalienáveis de viver em paz, segurança e dignidade", acrescentou o secretário-geral, na mesma mensagem.

O Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestiniano é assinalado no dia 29 de novembro desde 1977.

O dia foi definido assim porque nessa data, em 1947, foi aprovada a resolução 181, conhecida como a "resolução da partilha".

Esta resolução previa a criação do Estado de Israel e do Estado da Palestina, com Jerusalém como "corpus separatum", pelo que o Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestiniano é utilizado para recordar que a questão da Palestina continua por resolver, sem que se vislumbre uma solução política para resolver o conflito de acordo com a solução de dois Estados.

A guerra em curso em Gaza foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo extremista palestiniano Hamas em Israel que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Após o ataque do Hamas, ocorrido a 07 de outubro de 2023, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 44 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.

Leia Também: ONU denuncia "exclusão digital persistente" com 1/3 da população offline

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