Filhas de Malcolm X processam CIA e FBI pela morte do ativista

Três filhas de Malcolm X avançaram com um processo contra a CIA, FBI e Departamento de Polícia de Nova Iorque, entre outros, exigindo 95 milhões de euros pelo envolvimento no assassinato do líder dos direitos civis em 1965.

Magnum photographer Eve Arnold exhibition in Oberhausen

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Lusa
16/11/2024 06:16 ‧ 16/11/2024 por Lusa

Mundo

Malcolm X

Na ação interposta na sexta-feira no tribunal federal de Manhattan, as filhas alegaram que as agências e forças policiais estavam cientes e envolvidas na conspiração de homicídio e não conseguiram impedir o assassinato.

 

O advogado Ben Crump descreveu hoje o processo durante uma conferência de imprensa ao lado dos familiares, realçando que espera que as autoridades federais e municipais percebam "todos os atos cobardes que foram cometidos pelos seus antecessores" e tentem corrigir estes erros históricos.

Durante décadas, surgiram mais perguntas do que respostas sobre quem foi o culpado pela morte de Malcolm X, que tinha 39 anos quando foi assassinado a 21 de fevereiro de 1965, no Audubon Ballroom, na West 165th Street, em Manhattan, enquanto discursava para várias centenas de pessoas.

Nascido Malcolm Little em Omaha, Nebrasca, Malcolm X mudou mais tarde o seu nome para El-Hajj Malik El-Shabazz.

Três homens foram condenados por crimes de morte, mas dois deles foram exonerados em 2021, depois de os investigadores terem analisado novamente o caso e concluído que algumas provas eram duvidosas e que as autoridades ocultaram algumas informações.

No processo, a família refere que a equipa de acusação suprimiu o papel do governo no assassinato.

O processo alega que houve uma relação "corrupta, ilegal e inconstitucional" entre as autoridades policiais e "assassinos cruéis que não foram controlados durante muitos anos e foram ativamente ocultados, tolerados, protegidos e facilitados por agentes do governo", levando ao assassinato de Malcolm X.

De acordo com o processo, a polícia de Nova Iorque, em coordenação com as agências federais de aplicação da lei, prendeu os seguranças do ativista dias antes do homicídio e retirou intencionalmente os seus polícias de dentro do salão de baile onde Malcolm X foi morto.

Entretanto, pode ler-se no processo, as agências federais tinham pessoal, incluindo agentes encobertos, no salão de baile, mas não conseguiram protegê-lo.

O processo não foi instaurado antes porque os arguidos ocultaram informações à família, incluindo as identidades de "informadores, agentes e provocadores" disfarçados e o que sabiam sobre o planeamento que precedeu o ataque.

A mulher de Malcolm X, Betty Shabazz, os queixosos, "e toda a sua família sofreram a dor do desconhecido" durante décadas, afirma o processo.

"Não sabiam quem assassinou Malcolm X, porque foi assassinado, o nível de orquestração da polícia de Nova Iorque, do FBI e da CIA, a identidade dos agentes governamentais que conspiraram para garantir a sua morte ou que encobriram fraudulentamente o seu papel", referem.

"O dano causado à família Shabazz é inimaginável, imenso e irreparável", sublinha ainda a família, que tinha anunciado a sua intenção de processar as agências governamentais e forças policiais no início do ano passado.

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