Embora tenha ainda de aguardar a confirmação final da Organização Mundial de Saúde (OMS), "o surto de Marburgo no Ruanda terminou", afirmou o ministro, numa conferência de imprensa com o diretor da agência de saúde pública da União Africana (UA), Jean Kaseya.
Nsanzimana informou que já passou quase uma semana desde que o último doente de Marburgo teve alta, mais de duas semanas desde que foram detetados os últimos novos casos e um mês sem que tenha havido qualquer morte relacionada com o vírus.
No entanto, para que a OMS possa declarar oficialmente o fim do surto, é necessário que passem 42 dias desde que o último doente infetado teve alta, o que aconteceu a 08 de novembro.
"Trabalhámos para evitar que o vírus atravessasse as nossas fronteiras, fizemos grandes progressos e continuamos muito vigilantes (...). Este surto preparou-nos para fazer melhor da próxima vez. Dá-nos lições sobre a forma como podemos combater outras doenças como a varíola", afirmou o ministro ruandês.
Desde 27 de setembro, foram comunicados 66 casos, incluindo 15 mortes e 51 recuperações.
"A taxa de mortalidade foi de 22,7%, o que é relativamente baixo em comparação com surtos anteriores na região", disse Nsanzimana.
Tal como o Ébola, o vírus de Marburgo provoca hemorragias súbitas e pode causar a morte em poucos dias, com um período de incubação de dois a 21 dias e uma taxa de mortalidade que pode atingir os 88%.
O continente africano foi palco de duas epidemias de Marburgo no ano passado: uma na Guiné Equatorial, com 17 casos confirmados, incluindo 12 mortes, e outra na Tanzânia, com pelo menos nove casos e seis mortes.
Anteriormente, registaram-se casos noutros países, como o Gana, Guiné-Conacri, Uganda, Angola, República Democrática do Congo, Quénia e África do Sul.
O vírus de Marburgo é tão fatal como o Ébola e estima-se que tenha matado mais de 3.500 pessoas em África.
A doença, para a qual não existe vacina nem tratamento específico, foi detetada em 1967 na cidade alemã de Marburgo - origem do seu nome - por técnicos de laboratório que foram infetados enquanto investigavam macacos trazidos do Uganda.
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