Encontrados explosivos na casa do autor de ataque ao Supremo em Brasília

A Polícia Militar do Distrito Federal, responsável pela segurança de Brasília, capital do Brasil, informou que encontrou artefactos explosivos numa casa arrendada pelo autor do ataque de quarta-feira contra o Supremo Tribunal Federal (STF).

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Lusa
14/11/2024 14:29 ‧ há 4 semanas por Lusa

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Duas explosões aconteceram na noite quarta-feira nas proximidades do STF, em Brasília, matando Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos - identificado pela polícia como autor do ataque -, membro do Partido Liberal, liderado pelo ex-Presidente Jair Bolsonaro.

 

De acordo com os agentes de segurança, os artefatos explosivos foram encontrados numa busca realizada a uma residência em Ceilância, cidade localizada nas proximidades de Brasília, onde o autor do ataque morava.

Durante a madrugada, duas pequenas explosões foram ouvidas no local, de acordo com a 'media' local. Essas explosões geralmente são utilizadas pelos especialistas para inviabilizar um possível material explosivo.

De acordo com a GloboNews, a Polícia Federal brasileira também esteve no local e encontrou na casa do autor do ataque ao STF uma mensagem escrita num espelho aludindo outro ataque realizado a 08 de janeiro de 2023 em Brasília.

"Debora Rodrigues, por favor não desperdice batom, isso é para deixar as mulheres bonitas. Estátua de merda se usa TNT [material explosivo]", pode ler-se na mensagem divulgada pelos 'media'.

Débora Rodrigues é uma das pessoas acusadas de vandalizar a estátua da Justiça localizada na frente do STF, em Brasília, em 08 de janeiro de 2023, quando milhares de 'bolsonaristas' atacaram as sedes de Três Poderes.

O STF foi um dos edifícios mais atacados, juntamente com o Palácio do Planalto e o edifício do Congresso, por milhares de radicais, num ataque que o poder judicial está a investigar como uma tentativa de golpe contra o Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, oito dias depois de ter tomado posse como chefe de Estado após vencer Bolsonaro nas presidenciais.

A polícia brasileira também informou que conseguiu desativar todos os explosivos trazidos por Wanderley Luiz.

Um robô identificou um cinto com explosivos amarrados ao corpo do agressor e, em seguida, um agente especializado aproximou-se para o retirar e desativar os aparelhos, conectados a um "cronómetro".

O corpo do homem ficou 13 horas na praça dos Três Poderes e foi retirado do local ao início da manhã.

Wanderley Luiz seguia nas redes sociais Facebook e X (antigo Twitter) várias páginas de extrema-direita, como o Movimento Avança Brasil, Espaço Enéas Carneiro, Brasil Paralelo, Jornal da Cidade Online, Jair Messias Bolsonaro e Olavo de Carvalho.

O ex-Presidente brasileiro Jair Bolsonaro divulgou uma mensagem nas redes sociais esta manhã na qual afirmou lamentar e repudiar "todo e qualquer ato de violência, a exemplo do triste episódio de ontem [quarta-feira] na Praça dos Três Poderes".

Na mensagem Bolsonaro também disse defender uma pacificação e afirmou que "já passou da hora de o Brasil voltar a cultivar um ambiente adequado para que as diferentes ideias possam se confrontar pacificamente, e que a força dos argumentos valha mais que o argumento da força".

O Governo Federal brasileiro ainda não reagiu oficialmente ao incidente.

O Supremo Tribunal Federal e a Câmara dos Deputados, câmara baixa do Congresso brasileiro, suspenderam os trabalhos durante a manhã. O Senado, câmara alta do Congresso, durante todo o dia.

Leia Também: Brasil tem "muito a aprender" com Portugal sobre descriminalizar drogas

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