"Há muito tempo que pedimos demasiado desculpa", sublinhou o bispo Robert Barron, um clérigo conhecedor dos media que lidera a diocese de Winona-Rochester, no Minnesota.
"E não devemos ser intimidados pelas celebridades e outras pessoas da cultura que pregam algo que é profundamente problemático", acrescentou.
As declarações foram feitas durante a reunião anual dos bispos no outono e apresentação sobre uma declaração do Vaticano divulgada em abril.
"Dignitas Infinita", ou "Dignidade Infinita", esclarece o ensinamento da Igreja que promove a dignidade de todas as pessoas e a proteção da vida desde os seus primeiros estágios até à morte.
"O objetivo é aplicar as lições da 'Dignitas Infinita' à nossa sociedade americana", frisou Barron, que elogiou a declaração pela sua "voz distintamente católica", que não é democrata ou republicana, liberal ou conservadora.
As 20 páginas de "Dignidade Infinita" levaram cinco anos a ser elaboradas e destacam uma série de danos, incluindo migração forçada e abuso sexual.
Neste compêndio o Vaticano rotula a cirurgia de afirmação de género e a barriga de aluguer como violações da dignidade humana, comparando-as ao aborto e à eutanásia.
O papa Francisco estendeu a mão às pessoas LGBTQ+ durante todo o seu papado, e o documento foi um revés dececionante, se não inesperado, para as pessoas transgénero e apoiantes dos seus direitos.
Foi também conhecido durante um ano eleitoral nos Estados Unidos, onde se verificou uma reação conservadora aos direitos dos transgénero.
O bispo Thomas Daly, de Spokane, Washington, falou no encontro sobre como as escolas católicas podem ser um veículo para educar os jovens sobre a ética sexual católica.
"Queremos que os nossos alunos vejam o ensinamento da Igreja sobre a sexualidade como uma expressão desta compreensão mais profunda da pessoa humana, e não simplesmente como um conjunto de regras que se opõem à nossa cultura popular", vincou Daly.
Já o bispo Michael Burbidge, de Arlington, Virgínia, que está a terminar o seu mandato como presidente do comité da USCCB para atividades pró-vida, expressou gratidão ao Vaticano e considerou a declaração "incrivelmente oportuna".
Ao longo da sua reunião, os bispos dos EUA reafirmaram os seus compromissos antiaborto, mesmo face às perdas nas urnas.
Os eleitores norte-americanos apoiaram 7 em cada 10 medidas eleitorais estaduais sobre o direito ao aborto nesta eleição presidencial.
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