Medidas de alerta a calor extremo poderiam poupar milhões, diz Guterres

O secretário geral da ONU, António Guterres, considerou hoje que a adoção de medidas de segurança laboral de resposta ao calor extremo poderiam poupar mais de 360 mil milhões de dólares por ano.

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© Lev Radin/Pacific Press/LightRocket via Getty Images

Lusa
13/11/2024 20:31 ‧ há 4 semanas por Lusa

Mundo

COP29

"Nesta era de catástrofes climáticas, os sistemas de alerta precoce e a proteção contra o calor extremo não são luxos. São necessidades. E são bons investimentos", disse António Guterres numa reunião em Baku, no Azerbaijão, onde se realiza a 29.ª cimeira da ONU sobre o clima.

 

Num painel sobre a emissão de alertas precoces de eventos extremos o responsável máximo das Nações Unidas salientou que 2024 mostrou que a calamidade climática é agora um "lugar-comum" e que este está a caminho de ser o ano mais quente de sempre.

Os alertas precoces, disse, têm um retorno "quase 10 vezes superior" e as Nações Unidas estão a trabalhar para que essas "proteções básicas" não sejam negadas a ninguém.

António Guterres recordou que em julho foi lançado o Apelo à Ação Sobre Calor Extremo e que a ONU está agora a trabalhar para desenvolver um pacote de soluções para o calor extremo, e lembrou também que a iniciativa "Alertas Rápidos para Todos" está a trabalhar para garantir que "todas as pessoas na Terra estejam cobertas por sistemas de alerta precoce de múltiplos perigos até 2027".

No entanto, adiantou, quase metade dos países do mundo ainda não estão cobertos por sistemas de alerta precoce contra riscos múltiplos.

Em média, disse, os países menos desenvolvidos e os pequenos Estados insulares em desenvolvimento dispõem de menos de dez por cento dos dados de que necessitam para criar sistemas de alerta eficazes.

O secretário-geral da ONU participou também hoje na COP29 numa cimeira de líderes dos pequenos Estados insulares em desenvolvimento, aos quais disse que têm todo o direito de estarem zangados, porque estão a ser vítimas de "uma injustiça colossal".

Uma injustiça ligada à subida dos oceanos, a furacões nunca antes vistos, a economias destroçadas, tudo devido a medidas perpetradas "por poucos".

"O G20 (grupos das 20 maiores economias) é responsável por cerca de 80% das emissões globais" de gases com efeito de estufa e "é uma injustiça que tem de acabar", afirmou.

António Guterres disse ainda aos pequenos Estados insulares que o resto do mundo tem de os seguir e apoiar na ambição climática que demonstram, em primeiro lugar diminuindo as emissões globais em 09% em cada ano até 2030.

Tal significa, acrescentou, eliminar gradualmente os combustíveis fósseis, "de forma rápida e justa", e que todos os países devem apresentar até à próxima cimeira (COP30) novos planos de ação para o clima (NDC) para impedir um aumento da temperatura acima dos 1,5ºC em relação à época pré-industrial.

E disse também que os pequenos Estados merecem apoio para lidar com uma crise que não criaram e que é preciso levar a sério a questão das perdas e danos (um fundo criado há dois anos para proteger países dos impactos climáticos) assim como outros compromissos financeiros dos países mais ricos.

Leia Também: COP29. Mundo deve atingir neutralidade carbónica na próxima década

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