Kristi Noem assumirá a responsabilidade pelo cumprimento das promessas de Trump de endurecer as políticas migratórias, incluindo a implementação de uma vigilância mais rigorosa nas fronteiras e a intensificação de operações de deportação em larga escala, medidas centrais para o novo mandato do Presidente eleito, que terá início em janeiro de 2025.
A governadora, conhecida pela sua posição firme em relação à imigração, já mostrou disponibilidade para colaborar com Trump na sua agenda política.
Em declarações nas redes sociais, Trump elogiou Noem como uma figura "forte na segurança das fronteiras", realçando a sua experiência em iniciativas locais contra a imigração ilegal.
A atual governadora do Dakota do Sul também expressou o compromisso de "assegurar o controlo das fronteiras e restaurar a segurança nas comunidades americanas".
Se for confirmada pelo Senado (câmara alta do Congresso, na qual os republicanos detêm a maioria), Kristi Noem assumirá uma estrutura complexa, responsável pelos órgãos de segurança fundamentais, incluindo o Customs and Border Protection e o Immigration and Customs Enforcement, agências encarregadas de executar as leis de imigração.
Além disso, ficará responsável por administrar entidades como a Guarda Costeira e os Serviços Secretos, este último alvo de críticas devido a falhas de segurança recentes, nomeadamente nos atentados contra Trump durante a campanha eleitoral.
Ao longo da sua trajetória política, Noem tem sido uma crítica fervorosa das políticas migratórias da administração do Presidente democrata Joe Biden, alegando que a falta de ação federal fomenta o aumento das taxas de criminalidade, tráfico humano e tráfico de drogas.
"A fronteira continua um campo de batalha", afirmou a governadora em 2023, sublinhando a necessidade de uma atuação mais agressiva.
Em declarações anteriores, Kristi Noem já tinha criticado a entrada de migrantes ilegais e posicionado o Dakota do Sul como um estado que rejeita a redistribuição desses imigrantes.
A escolha de Noem insere-se numa estratégia mais ampla de Trump, que também recrutou figuras como Stephen Miller e Tom Homan, conhecidos por posições duras na área da imigração, para funções estratégicas no seu novo Governo.
Antigo assessor da Casa Branca durante o primeiro mandato de Trump, Stephen Miller foi o mentor de medidas como a proibição de entrada nos EUA de pessoas vindas de certos países muçulmanos.
Com um orçamento de 60 mil milhões de dólares (cerca de 56 mil milhões de euros) e uma estrutura de centenas de milhares de funcionários, o departamento que será liderado por Kristi Noem será um pilar essencial para Trump consolidar uma política migratória mais restritiva.
Com um percurso sempre associado a um alinhamento político com Trump, Noem consolidou a sua reputação como uma governadora fiel às ideias do Presidente eleito, defendendo medidas rígidas contra a imigração e recusando-se a implementar medidas de segurança pública, como restrições contra a covid-19.
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