Femke Halsema acrescentou, durante uma reunião de emergência do conselho municipal de Amesterdão, que "foram cometidas injustiças contra os judeus em Amesterdão, bem como contra pessoas pertencentes a minorias que simpatizam com os palestinianos".
Já Olivier Dutilh, da força policial de Amesterdão, adiantou hoje numa audiência em tribunal que existem sinais "de que há apelos para distúrbios semelhantes" no oeste da cidade.
A polícia referiu que o incêndio de segunda-feira à noite foi rapidamente extinto e os agentes de choque limparam a praça.
Imagens divulgadas nas redes sociais mostraram pessoas a danificar propriedades e a lançar engenhos pirotécnicos. Posteriormente, um veículo da polícia foi incendiado numa rua próxima e a polícia disse suspeitar de incêndio criminoso.
A polícia disse que não estava claro quem iniciou os distúrbios e se estavam relacionados com o que aconteceu na semana passada. Alguns manifestantes surgem em vídeos partilhados nas redes sociais a proferir calúnias contra o povo judeu.
A polícia disse que deteve três suspeitos e apelou por testemunhas, incluindo do ataque a um ciclista que foi espancado enquanto passava pelos distúrbios.
O ambiente de tensão mantém-se desde que cinco pessoas foram tratadas no hospital e dezenas foram detidas na quinta-feira, após um jogo entre o Maccabi Telavive e o Ajax, para a Liga Europa de futebol.
Várias pessoas procuraram os adeptos israelitas, agrediram-nos e depois escaparam à polícia, segundo o presidente da Câmara de Amesterdão.
Os manifestantes pró-palestinianos tinham sido proibidos pelas autoridades locais de se reunirem à porta do estádio. Antes da partida, os adeptos do Maccabi arrancaram uma bandeira palestiniana de um edifício em Amesterdão e entoaram slogans antiárabes a caminho do estádio. Também houve relatos de adeptos do Maccabi a iniciarem brigas.
A polícia neerlandesa anunciou cinco novas detenções na segunda-feira, na sua investigação sobre a violência da semana passada.
Antes, a polícia já tinha divulgado a detenção de que outros quatro homens que foram detidos na semana passada permaneceriam sob custódia enquanto a investigação continua
A polícia disse ter identificado mais de 170 testemunhas e obtido provas de dezenas.
O primeiro-ministro neerlandês, Dick Schoof, adiantou também que as autoridades estão a examinar vídeos publicados nas redes sociais.
Schoof reuniu-se com os líderes comunitários na tarde de terça-feira para discutir o antissemitismo.
O presidente da câmara proibiu todas as manifestações na cidade e declarou várias partes de Amesterdão como zonas de risco onde a polícia pode parar e verificar qualquer pessoa.
Os relatos de discurso antissemita, vandalismo e violência têm vindo a aumentar na Europa desde o início da guerra em Gaza, e as tensões aumentaram em Amesterdão antes do jogo de quinta-feira à noite.
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