Os advogados de Donald Trump, recentemente eleito 47.º presidente dos Estados Unidos, e o gabinete do procurador distrital de Manhattan concordaram em adiar a decisão sobre se se manterá a condenação do republicano, que foi considerado culpado de 34 acusações de falsificação de documentos para esconder uma relação extraconjugal com uma atriz pornográfica.
Segundo a CNN Internacional, a decisão foi adiada para 19 de novembro para dar tempo aos advogados do presidente eleito para apresentarem novos argumentos sobre o impacto da sua vitória eleitoral no caso.
O procurador Matthew Colangelo sublinhou que se tratam de "circunstâncias sem precedentes" e que os argumentos apresentados pela defesa de Trump - que pede que as acusações sejam retiradas - "exigem uma análise cuidadosa".
De acordo com o advogado do republicano, Emil Bove, "a suspensão e o arquivamento são necessários para evitar impedimentos inconstitucionais à capacidade de governar do presidente Trump".
Em maio, um júri decidiu num veredicto naquele tribunal de Nova Iorque que Trump era culpado de 34 casos de falsificação de documentos, durante a campanha presidencial de 2016, para ocultar o suborno de 130 mil dólares (122 mil euros) de uma atriz de filmes pornográficos com quem tinha tido uma relação extraconjugal.
A sentença estava inicialmente marcada para julho, mas o juiz Juan Merchan, do tribunal de Nova Iorque, concordou em adiá-la até 26 de novembro para evitar qualquer interpretação de interferência na campanha para as presidenciais realizadas na semana passada.
Trump poderá enfrentar até quatro anos de prisão, mas os especialistas dizem que Merchan irá provavelmente optar por impor uma pena mais curta, ou talvez uma pena de liberdade condicional ou visitas periódicas a um tribunal.
Apesar da condenação, Trump nega ter cometido qualquer crime e acusa os adversários democratas de conduzirem uma "caça às bruxas" contra ele.
A condenação criminal de Trump foi a primeira de um ex-presidente norte-americano, que será também o primeiro condenado a chegar à Casa Branca.
Apenas um mês depois da decisão do júri, o Supremo Tribunal decidiu que os ex-presidentes não podem ser processados por ações que praticaram no decurso da gestão do país, e os procuradores não podem citar essas ações nem sequer para reforçar um caso centrado numa conduta puramente pessoal.
Trump era um cidadão comum durante a campanha de 2016, mas já estava em funções na Sala Oval da Casa Branca quando o seu advogado foi reembolsado pelo pagamento a Storny Daniels, embora a acusação argumente que as provas apresentadas relativas ao mandato presidencial já iniciado fossem uma "fatia mínima".
Noutra frente dos múltiplos processos judiciais que assombram o político republicano, o Supremo Tribunal recusou-se hoje a permitir que o ex-chefe de gabinete de Trump na Casa Branca, Mark Meadows, transferisse o caso de interferência eleitoral no estado da Georgia para o tribunal federal, onde poderia argumentar imunidade.
Meadows foi uma das 19 pessoas acusadas na Georgia de participar num esquema ilegal para manter Donald Trump no poder depois de ter perdido as eleições de 2020 para o democrata Joe Biden.
Trump também é acusado neste caso, mas depois de ter sido eleito na semana passada para um segundo mandato presidencial, qualquer julgamento pareça improvável, pelo menos enquanto ocupar o cargo.
Ambos os acusados negaram qualquer irregularidade.
[Notícia atualizada às 18h15]
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