Qatar e Egito criticam declarações israelitas sobre anexação da Cisjordânia

O Qatar e o Egito qualificaram hoje como "grave escalada" as declarações do ministro das Finanças israelita, Bezalel Smotrich, sobre uma anexação total da Cisjordânia, segundo comunicados dos países mediadores de uma trégua em Gaza.

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© Ilia Yefimovich/picture alliance via Getty Images

Lusa
12/11/2024 13:41 ‧ 12/11/2024 por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"Representam uma violação flagrante do direito internacional e da resolução 2334 do Conselho de Segurança da ONU", declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar, que suspendeu no sábado a mediação de um cessar-fogo por falta de progressos e de "seriedade".

 

No comunicado egípcio lê-se que "estas declarações irresponsáveis e extremistas (...) refletem claramente a orientação israelita contra a opção de paz e indicam a ausência de um verdadeiro parceiro israelita capaz de tomar decisões corajosas a favor da paz".

As reações acontecem depois de Smotrich ter afirmado segunda-feira que tanto Gaza, como a Cisjordânia serão "retiradas para sempre" aos palestinianos.

O também ministro-adjunto da Defesa, responsável pelos assuntos civis na Cisjordânia ocupada, saudou o regresso de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos como o momento ideal para conseguir a soberania israelita sobre os territórios ocupados.

Smotrich referiu ter dado instruções à divisão de administração de colonatos do Ministério da Defesa e à administração civil do exército israelita na Cisjordânia para começarem a preparar as infraestruturas necessárias à tomada do território.

Para o Qatar, esta posição traduz uma "séria escalada que prejudicaria as hipóteses de paz na região, enquanto prossegue a guerra brutal na Faixa de Gaza e as suas terríveis repercussões".

"As repetidas declarações israelitas contrárias aos direitos e resoluções internacionais revelam claramente que a ocupação é o único obstáculo a qualquer esforço para alcançar a paz e a estabilidade" no Médio Oriente, acrescentou a diplomacia do país.

Doha suspendeu os seus esforços de mediação, que EUA também têm integrado, devido à falta de progressos nas negociações entre Israel e o grupo palestiniano Hamas até haver "seriedade suficiente" para um entendimento que permita a troca de reféns por prisioneiros e a entrega de ajuda aos civis em Gaza.

As negociações estão paradas desde o final de agosto devido a acusações mútuas de obstrução entre Israel e o Hamas.

A guerra em curso na Faixa de Gaza foi desencadeada pelo ataque sem precedentes do grupo extremista palestiniano Hamas contra Israel, em 07 de outubro de 2023, que matou cerca de 1.200 pessoas, segundo as autoridades.

A ofensiva de retaliação de Israel em Gaza causou mais de 43.600 mortos, segundo dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas, que a ONU considera fiáveis.

O Hamas controla a Faixa de Gaza desde 2007.

O conflito alastrou-se ao Líbano, dado o envolvimento do grupo libanês Hezbollah em ataques contra Israel para apoiar o Hamas.

Leia Também: ONU: Meio milhão de palestinianos em zona de risco de inundações

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