Na quinta-feira passada, a polícia israelita entrou sem autorização nas instalações sob proteção do Estado francês em Jerusalém Oriental.
"É uma situação inaceitável. Por isso, convoquei o embaixador de Israel em França para dizermos que a França não vai tolerar que as Forças Armadas de Israel entrem num espaço que temos a responsabilidade de proteger e de reafirmar com veemência que este incidente não deve repetir-se nunca mais", declarou Barrot em canal público France 24.
Após o incidente, o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês convocou para hoje o embaixador de israelita em Paris.
O santuário de Eleona está situado no Monte das Oliveiras, numa zona ocupada por Israel desde 1967, mas é propriedade do Estado francês desde o século XIX.
Atualmente, vivem no local freiras carmelitas sob a proteção diplomática francesa.
Na quinta-feira passada, dois gendarmes franceses chegaram a ser presos no local pelas autoridades israelitas apesar de terem sido libertados pouco tempo depois.
"O caso é extremamente grave e decidimos aplicar uma primeira sanção diplomática", declarou ainda o ministro francês a propósito da retirada do embaixador.
"A França reserva-se todas as opções sobre novas e sanções mais graves", acrescentou Barrot sem especificar.
Jean-Noel Barrot também comentou a visita a Paris, prevista para quarta-feira, de Bezalel Smotrich, ministro das Finanças de Israel e membro do Partido Sionista Religioso, de extrema-direita, que foi convidado para uma gala de uma organização sionista.
"Denunciamos o que o ministro das Finanças está a promover, que é uma atividade considerada ilegal pelo direito internacional: a colonização agressiva da Cisjordânia", afirmou Barrot.
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