Presidente do Azerbaijão acusa Ocidente de campanha contra cimeira

O presidente do Azerbaijão acusou imprensa e políticos ocidentais de promoverem uma campanha internacional contra a cimeira do clima COP29, que acontece em Baku, negando ainda que o seu país continue a ser um "petro-Estado".

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© Presidency of Azerbaijan / Handout/Anadolu via Getty Images

Lusa
12/11/2024 11:07 ‧ há 4 semanas por Lusa

Mundo

COP29

"Os recursos naturais são uma dádiva de Deus, seja o petróleo, o gás, o vento, o sol, o ouro. Os países não têm culpa. O mercado, as pessoas precisam destes (recursos)", afirmou Ilham Aliyev ao inaugurar a cimeira do clima das Nações Unidas no estádio olímpico da capital do Azerbaijão.

 

O presidente azeri, no poder desde 2003, culpou alguns meios de comunicação ocidentais, políticos e organizações não-governamentais (ONG) por lançarem uma "campanha coordenada de calúnia e chantagem" contra o Azerbaijão.

Após recordar que há pouco mais de um ano o seu país restaurou a sua integridade territorial ao recuperar o controlo da região de Nagorno-Karabakh, acusou os seus críticos de "falta de cultura política" por julgarem os países pelos seus recursos naturais e não por indicadores como os 5,2% de pobreza ou os 7,5% da dívida externa em relação ao Produto Interno Bruto (PIB).

O chefe de Estado do Azerbaijão lembrou que o primeiro campo petrolífero da história foi explorado em 1847 no Azerbaijão, mas que agora a produção de petróleo neste país representa 0,7% do volume mundial e o gás é de 0,9%.

O líder do país caucasiano sublinhou que, enquanto presidente da COP29 - que se realiza até 22 de novembro - defende uma transição verde, mas também apelou ao realismo.

A este propósito, afirmou que foi a União Europeia (UE) que pediu ao Azerbaijão que contribuísse para a sua segurança energética, duplicando o fornecimento de gás nos próximos anos.

Aiylev acusou os apoiadores do boicote de ter "duplos pesos e duas medidas" e de "hipocrisia política" e embora tenham recorrido a todos os instrumentos para boicotar o local da cimeira do clima, considerou que estes falharam.

"Tenho más notícias (...), o mundo reuniu-se em Baku", afirmou o chefe de Estado do Azerbaijão, estimando em 72 mil o número de participantes de 196 países, incluindo "80 presidentes, Vice-presidentes e primeiros-ministros".

A ativista climática sueca Greta Thunberg liderou na segunda-feira um protesto em Tbilisi, capital da Geórgia, contra o vizinho Azerbaijão, chamando-lhe de "país autoritário".

"Estou a protestar contra a cimeira do clima no Azerbaijão porque lá existe um regime repressivo", disse a ativista sueca à imprensa georgiana.

Após o discurso de Aiylev, interveio o secretário-geral da ONU, António Guterres, cuja organização é promotora da Conferência das Partes como órgão supremo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas.

Leia Também: COP29. Diplomacia climática vai resistir aos acontecimentos políticos

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