Qatar retira-se da mediação entre Israel e Hamas

O Qatar retirou-se do processo de mediação entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas após meses de esforços infrutíferos para pôr fim à guerra na Faixa de Gaza, disse hoje uma fonte diplomática.

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© Doaa Albaz/Anadolu via Getty Images

Lusa
09/11/2024 16:36 ‧ há 4 semanas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

A mesma fonte, de acordo com a agência de notícias France-Presse (AFP), indicou ainda que o gabinete político do movimento islamita Hamas em Doha, capital do Qatar, "já não tem razão de existir", sem dizer explicitamente se o gabinete será encerrado.

 

Com os Estados Unidos da América e o Egito, o Qatar tem mediado as negociações entre as duas partes do conflito no Médio Oriente -- Israel e Hamas -- depois de uma única trégua em novembro de 2023, que durou uma semana e permitiu a libertação de reféns detidos em Gaza em troca de prisioneiros palestinianos detidos por Israel.

O Hamas e Israel acusam-se mutuamente de bloquear qualquer acordo, recusando cada lado as condições do outro para um cessar-fogo na guerra desencadeada a 07 de outubro de 2023 por um ataque do movimento islamita palestiniano contra Israel.

"Os Qataris informaram a administração americana que estariam prontos para voltar a envolver-se na mediação quando ambas as partes (...) demonstrassem um desejo sincero de regressar à mesa de negociações", adiantou a mesma fonte diplomática sob condição de anonimato.

Segundo a mesma fonte, o Qatar também "informou os israelitas e o Hamas que, enquanto ambos os lados se recusarem a negociar um acordo de boa-fé, não poderá continuar a desempenhar o papel de mediador".

Como resultado, o gabinete político do Hamas em Doha "não tem mais a sua razão de ser", expôs.

Neste âmbito, um responsável do Hamas disse que o seu grupo não recebeu "nenhum pedido para sair do Qatar".

"Não temos nada que confirme ou negue o que foi publicado por uma fonte diplomática não identificada", referiu este responsável do Hamas em Doha, em declarações à agência AFP.

Entretanto, a guerra continua em território palestiniano, onde a Defesa Civil de Gaza registou a morte de 14 pessoas, mortas em dois ataques israelitas no sábado.

Segundo o porta-voz da Defesa Civil de Gaza, Mahmoud Bassal, um ataque à escola Fahad al-Sabah, na cidade de Gaza (norte), onde se abrigam pessoas deslocadas, fez "cinco mortos, incluindo crianças", e um outro ataque israelita "às tendas dos deslocados em Khan Younes" (sul) fez "nove mortos".

O ataque sem precedentes do Hamas, em 07 de outubro, no sul de Israel, resultou na morte de 1.206 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelitas, incluindo reféns mortos. Nesse dia, 251 pessoas ficaram reféns. No total, 97 continuam reféns em Gaza, incluindo 34 declarados mortos pelo exército.

A ofensiva israelita lançada em retaliação na Faixa de Gaza fez 43.552 mortos, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, e provocou um desastre humanitário.

Leia Também: ONU alerta que fome ameaça norte da Faixa de Gaza

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