"Um dos objetivos da Presidência brasileira [do G20] foi focar na busca de resultados concretos em torno de questões que possam gerar consenso", declarou o embaixador Mauricio Lyrio, chefe da delegação brasileira no G20.
Entre os acordos que considerou que Trump não se oporia, colocou a criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, à qual o Governo do atual Presidente norte-americano, Joe Biden, que estará presente na cimeira do Rio de Janeiro, já anunciou a adesão dos Estados Unidos.
Esse será, segundo Lyrio, o maior legado deixado pela presidência brasileira do G20, que tem enfatizado a necessidade de superar todas as desigualdades existentes no mundo.
"Não há país que considere negativo retirar mais de 700 milhões de pessoas da situação de fome", disse Lyrio, apesar de manifestar algumas reservas sobre as posições que os Estados Unidos assumirão a partir de 20 de janeiro de 2025, quando Trump assumirá o poder.
"Sobre outras questões, como o combate às alterações climáticas, já conhecemos as posições de vários países e, no caso do Presidente Trump, sabemos o que ele fez" no mandato anterior, indicou, aludindo ao negacionismo do líder norte-americano face à ameaça do aquecimento global.
O diplomata brasileiro indicou, no entanto, que estas questões serão objeto de subsequentes conversas e negociações, que continuarão em 2025, quando o G20 será presidido pela África do Sul, e ainda em 2026, ano em que o grupo será liderado precisamente pelos Estados Unidos.
Lyrio destacou ainda o facto do trabalho do G20 ao longo deste ano, sob a liderança do Brasil, resultou num total de 41 declarações em nível ministerial, que devem ser endossadas no Rio de Janeiro.
Estes documentos serão anexados a uma declaração conjunta dos líderes do G20, que "ainda está a ser negociada", a fim de chegar a uma linguagem de consenso sobre questões que têm gerado polémica nas negociações ministeriais, incluindo os conflitos na Ucrânia e no Médio Oriente.
Outra questão que gerou algumas divergências para a maior inclusão das mulheres em diversas áreas da sociedade, ponto que nas reuniões preparatórias para a cimeira não contou com o apoio de alguns governos, como o da Argentina, cujo Presidente, Javier Milei, já confirmou presença na cimeira do Rio de Janeiro.
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