O incidente, que ocorreu na quinta-feira, surge depois de "sete outros semelhantes" perpetrados pelo exército israelita, afirmou a FINUL num comunicado.
"Não se trata de forças de manutenção da paz apanhadas no fogo cruzado, mas de ações deliberadas e diretas do exército israelita", acrescentou.
Segundo o comunicado, duas escavadoras e um bulldozer "destruíram parte de uma vedação e uma estrutura de betão numa posição da FINUL em Ras Naqoura".
"Registamos também com preocupação a destruição e remoção, esta semana, de dois dos barris azuis que marcam a linha de retirada da ONU entre o Líbano e Israel", acrescentou a Força Interina das Nações Unidas, referindo que os "soldados da paz' observaram diretamente o exército israelita a remover um deles.
Mais de 10.000 soldados de manutenção da paz da FINUL estão estacionados no sul do Líbano desde 1978 para atuar como um amortecedor contra Israel, e são responsáveis, em particular, pela guarda da Linha Azul, demarcação estabelecida pela ONU entre os dois países.
Em outubro, um porta-voz da FINUL enumerou mais de 30 incidentes durante o mês que resultaram em danos materiais ou ferimentos para as forças de manutenção da paz, cerca de 20 deles devido a fogo ou ações israelitas.
"Apesar da pressão inaceitável exercida sobre a missão através de vários canais, as forças de manutenção da paz continuarão a desempenhar as suas funções", garantiu a Força.
Na quinta-feira, a FINUL informou que cinco "capacetes azuis" e três soldados libaneses ficaram "ligeiramente feridos" numa explosão depois de, segundo o exército libanês, um ataque israelita ter atingido um carro à entrada de Saida, no sul do Líbano, "quando passava uma caravana" da força da ONU e que matou também três civis.
A caravana da FINUL transportava forças de manutenção da paz recém-chegadas ao sul do Líbano quando um ataque com 'drone' ocorreu nas proximidades.
"Cinco capacetes azuis ficaram feridos ligeiramente e foram tratados no local pela Cruz Vermelha libanesa", adiantou a força num comunicado.
O exército libanês indicou que três dos seus militares também ficaram feridos e que morreram três pessoas que seguiam numa viatura visada pelo ataque israelita.
A FINUL afirmou que os militares continuarão ao serviço e reiterou que "todos os atores [no conflito entre Israel e o movimento libanês xiita Hezbollah] estão obrigados a evitar ações que ponham em perigo forças de manutenção de paz ou civis".
Segundo os militares libaneses, o ataque "visou uma viatura e provocou a morte de três passageiros" quando a caravana da FINUL passava por um posto de controlo das Forças Armadas libanesas.
A Agência Nacional de Informação libanesa confirmou um "ataque inimigo a um carro" à entrada de Saida.
O ataque levou as forças de segurança a cortar o trânsito na área circundante, enquanto o pessoal da Cruz Vermelha Libanesa se deslocava ao local para transportar os feridos para vários hospitais.
Leia Também: Ataque israelita no Líbano mata três pessoas e fere soldados da ONU