"Não há mais nada a fazer em Gaza. Os principais objetivos foram alcançados", afirmou Gallant, que cessa hoje funções depois de ter sido demitido por Netanyahu, numa reunião com as famílias dos reféns e citado pelo canal de notícias israelita 12.
Segundo o diário israelita Haaretz, Gallant acrescentou que o Presidente israelita, Isaac Herzog, tem a última palavra nas negociações para uma troca de reféns com o movimento islamita palestiniano Hamas, e que ele e os oficiais militares já acreditavam, em julho, que era o momento certo para um acordo.
Netanyahu anunciou a demissão de Gallant na noite de terça-feira, após meses de rumores de que tencionava livrar-se de um dos ministros mais poderosos e com que mais se tinha desentendido em questões como a gestão da guerra em Gaza, as negociações para libertar os reféns e a isenção militar para os judeus ultraortodoxos.
Na mesma noite, Gallant avisou num discurso que a principal razão para a sua demissão era a sua "posição firme sobre o recrutamento universal" (incluindo o dos judeus ultraortodoxos), além do "compromisso de resgatar os reféns e a necessidade de uma comissão de inquérito estatal a 07 de outubro" de 2023.
O atual ministro dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, substituirá Gallant como ministro da Defesa, e espera-se que Gideon Saar, antigo aliado de Netanyahu, que entrou para o governo de coligação no final de setembro como ministro sem pasta, tome o lugar de Katz.
Os principais meios de comunicação social israelitas interpretam a decisão de Netanyahu como uma tentativa de consolidar o seu poder sobre o país, numa altura em que as forças israelitas estão envolvidas em duas ofensivas paralelas (em Gaza e no Líbano) e em que as tensões com o Irão e os seus grupos satélites estão a aumentar.
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