Se houver "iniciativa sincera", Rússia está aberta ao diálogo com Trump

A Rússia está aberta ao diálogo com a futura administração dos Estados Unidos liderada pelo republicano Donald Trump, vencedor das eleições presidenciais na terça-feira, admitiu hoje o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov.

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© PHILL MAGAKOE/AFP via Getty Images

Lusa
07/11/2024 12:28 ‧ há 4 semanas por Lusa

Mundo

Sergei Lavrov

 "Veremos se há propostas. Insisto, não fomos nós que congelámos as relações e não somos nós que devemos propor o seu restabelecimento", disse Lavrov durante uma visita ao Cazaquistão, citado pela agência espanhola EFE.

 

"Mas se houver uma iniciativa sincera para nos sentarmos sem exigências unilaterais e falarmos sobre onde estamos e como avançar, não seremos nós a levantar objeções", acrescentou.

A Rússia acusa os Estados Unidos e os seus aliados de envolvimento direto na guerra na Ucrânia por fornecerem a Kiev armamento e fundos para resistir à invasão russa, lançada em fevereiro de 2022.

Durante a campanha eleitoral das presidenciais norte-americanas, Trump prometeu acabar com a guerra na Ucrânia se fosse eleito.

Lavrov disse que a Rússia está disposta a ouvir qualquer "ideia concreta e razoável" e que nunca se opôs ao diálogo.

Referiu que o Presidente russo, Vladimir Putin, disse em várias ocasiões que "falar é sempre melhor do que isolar".

O chefe da diplomacia russa lamentou que os aliados europeus dos Estados Unidos estejam determinados a apoiar os planos do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que disse que apenas conduziria a situação a "um beco sem saída".

Referiu que muitos políticos ocidentais sensatos, que não nomeou, estão conscientes disso, mas "já não podem renunciar às suas posições (...) de apoio total à Ucrânia".

Lavrov admitiu que os problemas nas relações com Washington são "muito profundos", porque resultam da atitude da elite norte-americana de tentar eliminar qualquer concorrente na arena internacional que ameace a hegemonia dos Estados Unidos.

O chefe da diplomacia russa assegurou que a Rússia não colocará obstáculos se Trump decidir substituir a atual embaixadora dos Estados Unidos em Moscovo, Lynne Tracy.

Quanto ao futuro embaixador russo em Washington, disse que o processo de nomeação estava em curso.

Em Moscovo, o porta-voz do Kremlin (presidência), Dmitri Peskov, não excluiu a possibilidade de contactos entre Putin e Trump antes da posse do novo Presidente dos Estados Unidos, em 20 de janeiro.

"Não está excluído. Ele {Trump] disse que vai telefonar a Putin antes da tomada de posse. São as palavras dele", afirmou Peskov.

O porta-voz do Kremlin não revelou quem irá representar a Rússia na cerimónia de posse de Trump como o 47.º Presidente dos Estados Unidos da América.

Até ao momento, Putin não felicitou Trump pela vitória eleitoral, algo que vários líderes mundiais fizeram, incluindo alguns do espaço pós-soviético, como Zelensky e o principal aliado do Kremlin, Alexander Lukashenko, da Bielorrússia.

Putin poderá abordar a questão da eleição de Trump durante um discurso que irá proferir hoje no Clube de Debate Valdai, na estância balnear de Sochi, no Mar Negro, segundo a EFE.

Leia Também: Eleição de Trump trará paz as guerras em Gaza e Líbano, diz França

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