Focado na região sudeste do estado, Trump subiu ao palco em Reading, Pensilvânia, na segunda-feira, para o último discurso antes do dia das eleições presidenciais norte-americanas, que se realizam hoje.
"Se vencermos na Pensilvânia, ganharemos isto tudo", disse o candidato republicano. "Acabou".
Uma vitória de Trump na Pensilvânia, invertendo os 19 votos no Colégio Eleitoral que nas últimas eleições ficaram do lado dos democratas, tornaria, de facto, mais difícil que Kamala Harris conseguisse obter os 270 votos necessários.
Depois de Reading, Trump seguirá para Pittsburgh, no extremo oposto do estado, antes de terminar em Grand Rapids, Michigan, onde realizará seu último comício de campanha, no mesmo local em que concluiu a corrida em 2016 e 2020.
A Pensilvânia foi também o estado escolhido pela atual vice-presidente para a véspera das eleições. Esteve em Allentown, Scranton - local de nascimento do presidente Joe Biden - e planeou uma parada em Reading antes de encerrar o dia com um comício noturno na Filadélfia, onde participaram Lady Gaga e Oprah Winfrey.
O sudeste da Pensilvânia abriga milhares de latinos, incluindo uma grande comunidade porto-riquenha.
Na passagem pela região, Harris e seus aliados atacaram Donald Trump, depois de o comediante Tony Hinchcliffe ter-se a Porto Rico, num evento dos republicanos, como uma "ilha flutuante de lixo".
"Foi um absurdo", disse German Vega, um dominicano-americano que vive em Reading e se tornou cidadão dos Estados Unidos em 2015. "Incomodou muitas pessoas - até mesmo muitos republicanos. Não foi correto e penso que Trump deveria ter-se pedido desculpas aos latinos".
Na mesma cidade, Emilio Feliciano, 43 anos, esperou do lado de fora da Arena Santander, pela oportunidade de fotografar a comitiva de Trump. Com família porto-riquenha, rejeitou os comentários sobre Porto Rico, e disse que votará em Trump, por preocupar-se com a economia.
Uma vitória de Donald Trump faria dele o primeiro novo presidente a ser indiciado e condenado por um crime, e dar-lhe-ia o poder de encerrar outras investigações federais pendentes contra si.
Tornar-se-ia também o segundo presidente na história dos Estados Unidos a conquistar mandatos não consecutivos na Casa Branca, depois de Grover Cleveland no final do século XIX.
Kamala Harris, por sua vez, poderá ser a primeira mulher, a primeira mulher negra e a primeira pessoa de ascendência sul-asiática a chegar à Sala Oval, quatro anos depois de quebrar as mesmas barreiras ao tornar-se vice-presidente.
A democrata entrou na corrida às presidenciais norte-americanas depois de um desempenho desastroso de Joe Biden num debate em junho, que deu início à sua retirada da disputa.
Além da mudança a meio da corrida, as eleições ficaram também marcadas pela tentativa de assassinato contra Donald Trump, num comício em Butler, Pensilvânia, e de uma segunda tentativa em setembro, enquanto Trump jogava golfe num dos seus campos na Florida.
Harris, de 60 anos, apresentou-se como uma mudança geracional em relação a Biden, de 81 anos, e Trump, de 78. Ao longo da campanha, enfatizou o apoio ao direito ao aborto e sublinhou várias vezes o papel do ex-presidente no ataque ao Capitólio.
Com o apoio de progressistas como a congressista Alexandria Ocasio-Cortez até o ex-vice-presidente republicano Dick Cheney, Kamala Harris considerou Trump uma ameaça à democracia e promete resolver problemas e procurar consensos.
No domingo, Trump insistiu nas alegações de que as eleições de hoje são fraudadas, refletiu sobre a violência contra jornalistas e disse que " não deveria ter saído" da Casa Branca em 2021 --- temas que ofuscaram outra âncora do seu argumento final: "A Kamala estragou. Eu vou arranjar".
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