Borrell condena ataques de colonos israelitas e fala em "sofrimento insuportável"

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE) condenou hoje os novos ataques de colonos israelitas em Al-Bireh e Deir Dibwan, centro do território ocupado da Cisjordânia, falando num "sofrimento insuportável" nestes territórios e na Faixa de Gaza.

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© FREDERICK FLORIN/AFP via Getty Images

Lusa
04/11/2024 17:10 ‧ há 4 semanas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"A situação em Gaza e nos Territórios Ocupados está a deteriorar-se a cada hora que passa, com sofrimentos insuportáveis para os civis. Ninguém parece ser capaz ou estar disposto a pôr cobro a esta situação", escreveu Josep Borrell, numa publicação na rede social X (antigo Twitter).

 

Lembrando que "colonos extremistas incendiaram veículos e danificaram apartamentos" na Cisjordânia ocupada, o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança disse "condenar veementemente" tal violência, bem como "a expansão dos colonatos ilegais".

"Israel tem o dever de proteger todos os civis e de responsabilizar os seus autores", vincou o chefe da diplomacia comunitária na publicação na rede social X, lembrando também que a proibição israelita imposta à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinianos (UNRWA, na sigla em inglês) pode "privar milhões de pessoas de serviços que salvam vidas".

"É mais do que tempo de acabar com esta guerra, libertar os reféns, garantir o acesso sem entraves da ajuda humanitária a Gaza. E é mais do que tempo de acabar com os colonos violentos e a destruição na Cisjordânia, e de pôr fim à ocupação ilegal dos territórios palestinianos", adiantou Josep Borrell.

Um grupo de colonos israelitas atacou pelo menos 15 veículos palestinianos na madrugada de hoje nas cidades de Al-Bireh e Deir Dibwan, na província de Ramallah, centro do território ocupado da Cisjordânia, divulgou a imprensa local.

Segundo a agência de notícias palestiniana Wafa, os atacantes incendiaram 15 viaturas, mas as chamas alastraram a outras cinco, afetando também a entrada de um edifício antes da chegada dos bombeiros. Além disso, os agressores pintaram frases racistas numa parede próxima.

A polícia israelita, por sua vez, indicou em comunicado que os seus agentes estão a investigar o incidente após receberem as denúncias.

Desde o início de outubro deste ano, quase 60 palestinianos ficaram feridos em ataques de colonos israelitas na Cisjordânia, segundo dados do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês), e mais de 1.000 árvores, principalmente oliveiras, foram queimadas, cortadas ou vandalizadas, para impedir a colheita.

O território palestiniano da Cisjordânia, ocupado por Israel em 1967, vive a pior espiral de violência das últimas duas décadas.

Desde o início da guerra na Faixa de Gaza, em 07 de outubro de 2023, cerca de 645 palestinianos foram mortos na Cisjordânia, a grande maioria em ataques das forças militares israelitas, e pelo menos uma dezena na sequência de atos violentos provocados por colonos.

Leia Também: Irão condena "presença desestabilizadora" dos Estados Unidos

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