"Na sequência da aprovação da legislação sobre a UNRWA, o Estado de Israel notificou oficialmente o presidente da Assembleia Geral do fim da cooperação com a agência", declarou o embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, na rede social X.
A legislação aprovada pelo Knesset (parlamento israelita) em 28 de outubro entra em vigor dentro de três meses, referiu a carta emitida pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita e publicada por Danon.
"Apesar das provas esmagadoras que apresentámos à ONU, que corroboram a infiltração do Hamas na UNRWA, a ONU nada fez para retificar a situação", notou Danon, acrescentando que Israel vai cooperar com outras agências humanitárias.
"Mas não com organizações que promovem o terrorismo contra nós", afirmou.
O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, também criticou a organização numa declaração em que afirma ter dado uma lista de 100 membros do Hamas empregados pela UNRWA, em julho, e acusou a agência de não ter feito nada a esse respeito.
Em agosto, a UNRWA concluiu uma investigação na qual alegou que nove dos funcionários que estava a investigar podem ter estado envolvidos nos ataques de 07 de outubro, embora tenha afirmado não ter sido capaz de "verificar de forma independente a informação que lhe foi fornecida e que estava na posse das autoridades israelitas", referindo-se às provas apresentadas contra os funcionários.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros acrescentou, no comunicado, que, nos três meses que Israel concedeu à UNRWA até à entrada em vigor da proibição, vai reforçar a atividade de outras organizações internacionais que não tenham sido "contaminadas pelo terrorismo".
A UNRWA foi criada em 1950 pela ONU e presta serviços sociais a mais de cinco milhões de refugiados palestinianos - muitos deles descendentes das centenas de milhares de pessoas deslocadas pela criação do Estado de Israel - que vivem atualmente na Faixa de Gaza, na Cisjordânia, no Líbano, na Síria e na Jordânia.
O Knesset aprovou na semana passada duas leis que encerram os escritórios da agência e bloqueiam a atividade da mesma.
Israel justificou a aprovação destas leis ao alegar que cerca de 2.100 funcionários da UNRWA pertencem ao movimento islamita palestiniana Hamas, mas sem apresentar provas concretas.
Em janeiro, acusou 12 dos mais de 30 mil funcionários de envolvimento ativo nos atentados de 07 de outubro de 2023, ao que a agência respondeu com a abertura de um inquérito interno e o despedimento dos mesmos.
Leia Também: Irão adverte para "resposta forte" contra Israel